A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (24) uma operação contra fraudes no comércio exterior. Pelo menos 187 profissionais da PF e 22 da Receita Federal cumprem mais de 60
mandados de prisão, busca e condução coercitiva em sete cidades catarinenses, duas de São Paulo e duas no Paraná. Empresários, despachantes aduaneiros e um servidor da Receita Federal são suspeitos de envolvimento no esquema. Dez pessoas foram presas.O objetivo da operação Shylock é desarticular uma associação criminosa especializada em importar mercadorias estrangeiras irregularmente. O grupo teria base em Dionísio Cerqueira, no Oeste de Santa Catarina, mas também atuava em outras regiões do estado, além do Paraná e São Paulo.
“Duas pessoas foram presas preventivamente em São Paulo, uma presa temporariamente em Itajaí e as demais prisões ocorreram em Dionísio e Barracão, que fazem divisa”, diz o delegado Sandro Luiz Bernardi , chefe da delegacia de Dionísio Cerqueira. Segundo ele, uma nova fase da operação não é descartada.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo tinha empresas de fachadas para importação e exportação de “forma fraudulenta”. Entre as fraudes estão subfaturamento, declarações falsas de conteúdo dos containers, importação de produtos falsificados, interposição de pessoas com ocultação do real importador.
O servidor da Receita atuava como um braço do grupo e facilitava a entrada de mercadorias. Ele é chefe da Aduana de Controle Integrado de Cargas (ACI) de Dionísio Cerqueira. "Ele trabalha há décadas na Receita e há pelo menos cinco anos na Aduana", afirma o delegado Bernardi. O funcionário público está entre os presos.
Mandados de prisão
Na manhã desta quinta-feira, a Polícia e a Receita Federal cumpriam 45 mandados de busca, sete de prisão preventiva, três de prisão temporária, seis de condução coercitiva e mandados de sequestros de imóveis e apreensão de veículos.
Até as 10h desta quinta-feira (24), cinco pessoas haviam sido encaminhadas a delegacias, sendo duas em São Paulo. Um mandado de condução coercitiva não foi cumprido, pois a pessoa não havia sido encontrada em Dionísio Cerqueira até as 10h. Alguns mandados de busca eram cumpridos na manhã desta quinta (24) e empresas eram vistoriadas.
Mandados foram cumpridos em Dionísio Cerqueira, Guarujá do Sul, Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, São Francisco do Sul, Florianópolis, Barracão(PR), Foz do Iguaçú, São Paulo e Suzano.
Três mulheres presas foram encaminhadas à unidade prisional de Maravilha, no Oeste, e os homens detidos em Santa Catarina e no Paraná foram encaminhados à unidade prisional de São José do Cedro, também no Oeste. Os dois presos em São Paulo seriam encaminhados para unidades do estado, segundo o delegado.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, contrabando, descaminho, facilitação ao contrabando ou descaminho, advocacia administrativa, uso de documento ideologicamente falso, violação de sigilo funcional, inserção de dados falsos em sistemas de informação da Receita Federal, entre outros delitos.
Investigação
A investigação começou em 2014 e já apreendeu diversas cargas irregulares de mercadorias importadas. "Acreditamos que o esquema exista desde que o servidor começou a trabalhar na Aduana", detalha o delegado. Ao menos 187 policiais federais de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul e 22 funcionários da Receita Federal catarinense e paranaense participam da operação.
Uma delas em agosto, na BR-101, no Paraná. A carga de vestuário era declarada em nota fiscal como artefato de plástico e com valor de R$ 104 mil. No entanto, conforme a PF, a forma foi introduzida irregularmente no país através do porto de Itajaí para ser vendida em São Paulo. O valor estimado era de R$ 800 mil.
Fonte: G1
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