terça-feira, setembro 15, 2015

Perfil desejado por pretendentes dificulta adoções no RN, diz juiz

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O perfil das crianças e adolescentes na fila para adoção tem sido um entrave para as adoções no Rio Grande do Norte. A conclusão é da
Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (Ceij) do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN), que divulgou nesta segunda-feira (14) um balanço do primeiro semestre deste ano.

De acordo com a coordenadoria, apesar dos 237 pretendentes à adoção habilitados no RN, apenas 47 crianças foram adotadas até o dia 30 de julho. Outras 40 crianças e adolescentes continuam na fila por uma nova família.
Apesar do número de pretendentes, o juiz José Dantas de Paiva, coordenador da CEIJ, aponta que a fila da adoção não diminui porque algumas pessoas estabelecem um padrão físico para a escolha, fator que dificulta que crianças diversas do padrão procurado atendam a esses pré-requisitos como cor dos olhos, da pele e cabelos, por exemplo, saiam da relação de espera.

De acordo com os dados da coordenadoria, o perfil das crianças a espera de adoção no estado é diferente do perfil étnico predominantemente escolhido. Das 40 crianças na fila, 29 são pardas, nove brancas, uma negra e uma indígena.

Preferência
O magistrado afirma que o perfil predominante é de pais que buscam uma criança do sexo feminino, branca e recém-nascida. “Esse era o perfil indicado por 90% dos pretendentes à adoção. Houve uma diminuição nos últimos anos, para cerca de 70%, o que foi um avanço, mas ainda predominam essas características”.
O coordenador da CEIJ explica que é feito um trabalho permanente de conscientização dos pretendentes para que haja a possibilidade de êxito na adoção independente do perfil buscado.
Um desses momentos é o curso de preparação para os pretendentes, obrigatório por lei, com carga horária de 40 horas e que tem entre os objetivos fazer da adoção uma decisão madura e consciente. “Além disso, as campanhas de adoção, tanto do poder público quanto de organizações não governamentais, trabalham bastante essa questão dos perfis desejados, para que pessoas diferentes tenham a chance de serem adotadas”.
José Dantas de Paiva destaca a questão da adoção tardia. Segundo dados do novo Cadastro Nacional de Adoção (CNA), apenas 0,55% dos pretendentes habilitados à adoção aceitam crianças com mais de 12 anos de idade.

O juiz lembra ainda que crianças mais velhas demoram mais a serem adotadas, passando até dois anos na fila, mas que a realidade pode ser ainda mais grave. “Uma criança de 7 anos dificilmente será adotada. Ela ficará em uma instituição até que complete os 18 anos”.

Fonte: G1

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