Os promotores do Patrimônio Público Paulo Neto e Patrícia Martins informaram, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (2), que os
bens adquiridos pelos suspeitos de desviar mais de R$ 19 milhões do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema) foram sequestrados pela Justiça, para serem utilizados como forma de reaver o dinheiro público roubado no esquema descoberto pela operação Candeeiro, realizada pelo Ministério Público nesta manhã.
De acordo com Patrícia, ainda não é possível calcular quanto em patrimônio foi sequestrado dos envolvidos. No entanto, ela adiantou que boa parte era de apartamentos de valores diversos. Além disso, uma academia em Cidade Satélite e uma Equipadora localizada no Shopping Midway Mall. Novos bens de envolvidos poderão ser sequestrados no decorrer das investigações.
O esquema, liderado pelo ex-diretor do Idema Gutson Bezerra, filho da ex-procuradora da Assembleia Rita da Mercês, consistia em pagamentos com recursos públicos para empresas de fachada, que nunca prestaram serviço ao órgão e sequer eram contratadas oficialmente pelo Instituto.
“Identificamos os pagamentos que saíam da conta sem que houvesse publicação nos portais da transparência. O desvio era operado por pessoas que sabiam como funcionava a contabilidade, pois eles encontraram brechas para desviar todo esse dinheiro sem praticamente ser notado”, declarou o promotor Paulo Neto.
Questionado se os órgãos de fiscalização, como Tribunal de Contas do Estado e Controladoria Geral do Estado, falharam em não identificar essas anomalias nos pagamentos, o promotor disse que não poderia afirmar isso, tendo em vista que as contas podem ainda nem ter sido analisadas pelas instituições. Ele reforçou que os operadores eram especialistas e sabiam como esconder o que era feito.
Até o momento já foram identificadas como beneficiárias do esquema ilícito de desvio de recursos públicos as empresas A MACEDO MAFRA-ME, FABÍOLA MERCEDES DA SILVEIRA ME, CONCEITO RENT A CAR LTDA ME, J E DE O SOARES ME, RAMON ANDRADE B F SOUZA ME, M D S DE LIMA SERVIÇOS ME e ANTONIO TAVARES NETO ME, todas vinculadas a pessoas da Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade. O dinheiro, em sua maior parte, era sacado em espécie nas instituições financeiras mantenedoras das contas das empresas.
Candeeiro
O promotor Paulo Neto explicou também o porquê nomear a operação de “Candeeiro”. Ele disse que o nome foi escolhido devido à obscuridade do esquema. “O esquema era tão obscuro, encoberto e disfarçado, que escolhemos o candeeiro para dar luz sobre o que aconteceu no Idema”, frisou.
Fonte: Portal Noar
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