O Jornal Nacional teve acesso a informações exclusivas sobre um crime que provocou choque no Brasil inteiro: o assassinato do menino Ezra, de sete anos. O corpo
dele foi encontrado num freezer, dentro da casa onde vivia com a família, na área central de São Paulo.
Uma testemunha ouvida pela polícia pode ter sido a última pessoa que falou com o padrasto do menino. Ela contou que, por telefone, o padrasto disse que a mãe se excedeu e matou a criança, que foi colocada dentro de um freezer.
Uma semana antes do corpo ser encontrado, câmeras do prédio onde a família morava registraram o momento em que o padrasto levou um freezer para o apartamento.
O laudo necroscópico aponta que Ezra sofreu uma lesão por instrumento cortante na região da virilha da perna direita. A causa da morte: hemorragia interna aguda.
A mesma testemunha detalhou que, antes de desligar o telefone, o padrasto disse que eles fugiriam para a África. No último dia 3, o sistema de vigilância do aeroporto internacional em Guarulhos gravou a mãe, o padrasto e as duas filhas do casal embarcando para a Tanzânia. Ezra foi visto com vida, pela última vez, seis dias antes.
Desde 2014, o Conselho Tutelar sabia que a mãe agredia o menino de 7 anos. A Justiça suspendeu o convívio familiar e encaminhou Ezra para um abrigo, onde ele ficou por seis meses. O casal passou por tratamento psicológico e o menino voltou para casa.
A Justiça brasileira decretou a prisão preventiva de Lee Ann Finck, a mãe, e de Mzee Shabani, o padrasto. E acionou a Polícia Federal para que os nomes sejam incluídos na lista de procurados da Interpol.
O corpo de Ezra está no IML de São Paulo há 12 dias. A Secretaria de Segurança Pública diz que não vai autorizar o enterro, enquanto o consulado da África do Sul não indicar alguém da família no Brasil para fazer a liberação. Na semana passada, o consulado disse que vai avisar as autoridades brasileiras quando encontrar parentes do menino lá na África.
O coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos disse que acionou o Unicef para que cobre do governo sul-africano a mandar alguém da família de Ezra reconhecer o corpo.
“O menino não teve uma vida digna no Brasil, que ao menos ele tenha um enterro, um velório digno lá na África do Sul onde moram os seus familiares”, disse Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos/SP.
Fonte: Jornal Nacional
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