Colecionar. O que para muitos não passa de uma mania ou brincadeira, para outros é um meio de vida. Em Fortaleza, colecionadores de todo o Brasil participam da 12ª edição do
Encontro de Multicolecionismo do Ceará, um projeto sem fins lucrativos realizado pela Telecartofilia do Ceará (Ceacard) que permite trocar, além de itens raros, como as primeiras moedas do Brasil, que variam de R$ 10 a R$ 35 mil, experiências e boas histórias para contar dessa paixão passada de pai para filho.
“Antes as pessoas que colecionavam apenas expunham suas coisas nessas feiras, hoje virou um tipo de comércio”, afirma Sérgio Pinheiro, coordenador do evento. Ele afirma que a integração entre os colecionadores permite uma ótima geração de renda, e ressalta que poucos são os cearenses.
Colecionistas cearenses
O funcionário público Jairo Silva faz parte da pequena porcentagem de cearenses na feira, mas tem grandes coisas para mostrar ao público. Ele coleciona de discos antigos de vinil e revistas, a rádios da década de 1940. “Comecei a colecionar por incentivo do meu pai, depois passei a ir à feiras de antiguidades e não parei mais. Hoje troco, vendo, e aceito doações”, comenta. Ele possui ainda um álbum com centenas de cédulas nacionais e internacionais de diversos países, como Argentina, Peru e Chile.
Um pequeno boneco de pano, franzino e um tanto despenteado chamou a atenção de Francisco Mota em uma das feitas de antiguidades. Ao se deparar com objeto, seu olho de colecionador não falhou, a peça era uma relíquia alemã de 1960. “Ele [boneco] era de uma fábrica de dois irmãos na Alemanha, parece que foi um dos poucos que sobraram”, recorda. Mota, como é chamado, explica que para saber se um item vale a pena para ser comprado é necessário se atentar a alguns detalhes, como formato, data e estado de conservação.”Adquirir uma peça rara dá um prazer uma satisfação imensuráveis, o saudosismo desse objeto carrega um valor sentimental único”. O cearense coleciona ainda centenas de cartões telefônicos nacionais e internacionais, tudo à venda.
Ainda “novato” no colecionismo, o oficial da marinha Antônio Bezerra tem um acervo de aproximadamente 5 mil moedas, e possui um dos itens mais cobiçados da feira, uma moeda de 12.800 réis, datada de 1732. O interesse para guardar raridades foi oriundo de seu avô. Antônio comenta que o mercado de venda e roca de antiguidades vem crescendo ao longo dos anos, e ganhando cada vez mais adeptos.
Compradores saudosistas
Um comprador assíduo de cartões telefônicos é o dentista pernambucano Ildefonso Martins. Com um tablet na mão, ele tem todo o controle de seu acervo em uma tabela digital, onde preenche com informações dos itens que já possui e os que faltam para sua coleção. “Meu pai colecionava e aprendi com ele, é uma diversão para quem gosta desse sentimento de nostalgia”, opina.
Outro que sempre está dando uma olhada no que há de “novo” nas feiras é o aposentado Antônio Costa, de Meruoca, interior do Estado, que coleciona raridades há aproximadamente 9 anos. Para ele, a exposição desses objetos é uma verdadeira aula de cultura, conhecimento, além de uma opção diferente de lazer. “O colecionismo não deixa de ser um divertimento, no caso dos cartões, por exemplo, você ‘conhece’ várias partes do Brasil e do mundo”, observa.
Na feira também podem ser encontradas peças raras de arte sacra, canetas, bolsas femininas da década de 1940, cristais, relógios, porta-jóias e fotografias antigas, além de selos que valem até R$ 22 mil, datados do primeiro império brasileiro.
Serviço
12° edição do Encontro de Multicolecionismo do Ceará
Onde: Hotel Praia Centro (Fábrica de Negócios) Av. Monsenhor Tabosa, 740 – Centro, Fortaleza –
Quando: até 19 de setembro
Horário : 9h às 18h
Fonte: Tribuna do Ceará
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