No dia em que o anúncio do parcelamento dos salários dos servidores estaduais do Rio Grande do Sul culminou em uma greve geral no estado, o deputado estadual Álvaro Boessio, líder do
PMDB, partido do governador José Ivo Sartori, na Assembleia Legislativa, deu uma declaração polêmica a uma rádio do interior do estado. Em entrevista à estação Spaço FM, de Farroupilha, na Serra gaúcha, o parlamentar afirmou que muitos funcionários públicos são "vadios".
"Boa parte dos funcionários públicos são vadios. E depois que passaram nos concursos e estão lá há tempos, querem mandar mais que os deputados. E assim é no governo, e deve ser na prefeitura", disparou o deputado.
Em relação ao magistério, o deputado afirmou que metade dos professores da rede pública estadual estão sem trabalhar. "Temos 80 mil professores no estado. Sabe quantos estão em atividade hoje? Quarenta mil, a metade. Licença-prêmio, aposentadoria... Que trabalhador tem a cada cinco anos, três meses de licença-prêmio? Tem coisas que não são lógicas."
O G1 tentou contato com o deputado, mas não obteve resposta.
Em pronunciamento nesta segunda-feira (31), no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori confirmou o parcelamento dos salários dos servidores estaduais e detalhou o cronograma de pagamentos, em quatro parcelas. Além dos R$ 600 depositados nesta segunda, mais R$ 800 serão pagos até o dia 11 de setembro. Já no dia 15 está programado o crédito de R$ 1.400. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800 será creditada até dia 22.
Ao fazer o anúncio, Sartori embargou a voz e disse que respeita as manifestações de indignação dos servidores diante da medida e pediu "desculpas" caso algum "gesto" seu tenha "mal compreendido". "Aos servidores e as suas famílias, em primeiro lugar, o meu respeito pessoal. A despeito de tudo, têm o meu respeito. Sei a consequência desse problema e, mas todos nós estamos do mesmo lado, precisando enfrentar o mesmo inimigo", discursou.
Em retaliação à medida, servidores realizam uma greve geral até a próxima quinta-feira (3), que pode se estender até sexta-feira (4). A Federação Sindical dos Servidores Públicos no estado (Fessergs) estima que 100 mil servidores tenham aderido à paralisação. Professores, policiais civis, agentes penitenciários, servidores da saúde e do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) foram os que mais participaram do movimento.
Além do protesto marcado para a quinta-feira em frente ao Palácio Piratini, a sede do governo gaúcho, os servidores realizarão um "barulhaço" às 12h desta quarta-feira (2). "Serão oito minutos de barulho para alertar o governador que se já passaram oito meses de governo, para ver se ele acorda", disse o presidente da entidade, Sérgio Arnoud.
Calendário de pagamento:
- Dia 31/8 (segunda-feira): Parcela líquida de R$ 600
- Até o dia 11/9 (sexta-feira): Parcela líquida de R$ 800 (R$ 1.400: 32% dos vínculos)
- Até o dia 15/9 (terça-feira): Parcela líquida de R$ 1.400 (R$ 2.800: 67% dos vínculos)
- Até o dia 22/9 (terça-feira): Parcela complementar (100% dos servidores do Poder Executivo – ativos, inativos, pensões previdenciárias e pensões alimentícias).
Fonte: G1
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