Dois peritos reafirmaram à Justiça gaúcha que a queima da espuma no prédio da boate Kiss, no dia 27 de janeiro de 2013, liberou gases mortais. A informação foi dada nesta sexta-feira (25) em depoimento no Fórum Central de
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Morreram na tragédia 242 pessoas - mais de 600 ficaram feridas.
Os depoimentos de Marcos José Carpes e Viviane Fassina, químicos do IGP (Instituto Geral de Perícias), foram requeridos pelos defensores dos réus Elissadro Spohr, Mauro Hoffmann (sócios-proprietários da boate) e Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na noite do incêndio) com o intuito de esclarecer pontos considerados "obscuros" pela defesa nos laudos periciais. Ao todo, 19 profissionais estão sendo ouvidos em Porto Alegre e em Santa Maria até o dia 7 de outubro.
Os químicos disseram ao juiz Ulysses Fonseca Louzada, responsável pelo processo criminal que apura as responsabilidades pela tragédia, que a espuma utilizada no isolamento acústico da boate era composta por um material inadequado para a sua finalidade no prédio.
Eles demonstraram que o poliuretano, ao queimar, libera gases tóxicos, como o cianeto, o monóxido de carbono e o dióxido de carbono. Essas substâncias se alastraram rapidamente durante o incêndio e intoxicaram as vítimas. Todos os 242 mortos perderam a vida sufocados pela fumaça.
Diante do juiz, os químicos destacaram um experimento no qual compararam a espuma encontrada na Kiss e outra recoberta por um produto conheicdo como retardante de chamas. A primeira foi consumida pelo fogo muito mais rápido do que a segunda.
Na quinta-feira (24), depôes o chefe da Divisão de Incêndio do IGP, Rodrigo Harsteln. Ele explicou que todos os testes feitos com a espuma e um artefato pirotécnico para apurar a causa do incêndio deram positivos, ous eja , as faíscas do sinalizador - semelhante ao utilizado na festa e que teria dado origem ao fogo - foram postas em contato com o mesmo tipo de espuma encontrada na Kiss e o resultado foi a combustão instantânea.
Harsteln confirmou ainda que as chamas tiveram início no palco e se alastraram em direção à porta de saída da boate.
No mesmo dia também depôs o perito do IGP Yasunobu Aihara, que assinou o laudo pericial feito nos extintores de incêndio presentes na boate após a tragédia. De acordo com o engenheiro, não foi possível apontar falha no extintor que teria sido usado para conter o início do incêndio, dadas as precárias condições do equipamento depois de exposto ao fogo.
Aihara, entretanto, disse que, após analisar imagens de um vídeo feito por uma das vítimas no início do incêndio, exista a possibilidade de o extintor estar sem pressão insuficiente.
Fonte: Uol
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