O presidente da Câmara de Vereadores de Jacarezinho, no norte do Paraná, precisou deixar a Casa em um camburão da Polícia Militar, devido à revolta dos moradores da cidade. Valdir
Maldonado (PDT) se recusou a colocar em discussão, nesta segunda-feira (3), um projeto de iniciativa popular, que previa a redução dos salários dos parlamentares dos atuais R$ 6,2 mil para apenas um salário mínimo.
A sessão começou tumultuada e com discussões. Os moradores queriam que a votação ocorresse já no primeiro dia de trabalho, após o recesso de julho. No entanto, Maldonado usou o Regimento para argumentar que os vereadores têm 90 dias para analisar a proposta. Se aprovada, a redução valerá a partir da próxima legislatura, ou seja, não afeta diretamente os atuais vereadores, a menos que sejam reeleitos.
Os moradores não aceitaram a desculpa de Maldonado e começaram a gritar palavras de ordem contra os vereadores. O presidente, então, saiu do local sob vaias.
A multidão perseguiu Maldonado na rua, por cerca de 100 metros. Devido ao tumulto, ele foi colocado em um camburão da Polícia Militar e conseguiu, enfim, deixar a Câmara.
Salário menor
A iniciativa dos moradores de Jacarezinho lembra a atitude de outros moradores da cidade vizinha, Santo Antônio da Platina. Em junho, um vídeo de uma moradora reclamando da votação em que os vereadores aumentavam os próprios salários viralizou na internet e mobilizou os moradores em torno da causa.
No dia seguinte, quando ocorreria a segunda discussão da proposta, os parlamentares foram surpreendidos com as galerias cheias durante a votação. Devido à pressão popular, os parlamentares acabaram reduzindo os próprios salários para R$ 970. Na proposta inicial, o presidente da Câmara teria um aumento de R$ 4 mil para R$ 8,5 mil e os demais vereadores receberiam R$ 7,5 mil. Atualmente, eles ganham R$ 3,7 mil.
Além dos vereadores, a população conseguiu também que o salário do prefeito fosse reduzido de R$ 14 mil para R$ 12 mil. Inicialmente, o valor atual iria subir para R$ 22 mil.
Fonte: G1
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