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terça-feira, agosto 18, 2015

RN tem média de uma mulher assassinada a cada 72 horas

No final de julho e início de agosto, duas mulheres foram estupradas no loteamento San Val (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)Até esta segunda-feira (17), uma mulher foi morta no intervalo de pouco mais de 72 horas no Rio Grande do Norte. A informação é da Coordenadoria de Análises
Criminais da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).

Passados os primeiros 229 dias de 2015 o estado já soma 66 mortes de mulheres vítimas de crimes violentos. O número é praticamente igual ao registrado durante os sete meses e 17 dias de 2014, quando 67 mulheres foram assassinadas no estado.

As mortes estão relacionadas a diversos tipos de crimes. Do total registrado este ano, duas mulheres foram vítimas de latrocínio; sete de violência sexual; 20 morreram por execução; 16 por crimes passionais; três por lesão corporal, além de outras 18 por crimes não especificados.

Nos últimos quatro anos, 378 mulheres foram assassinadas no RN. Em 2011, foram 73 mortes. No ano seguinte, foram 72. Em 2013, o número subiu para 111. Em 2014, a tendência de crescimento dos anos anteriores seguiu chegando ao número de 122 mulheres assassinadas em solo potiguar.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos do RN, Marcos Dionísio, os crimes contra mulheres não são casos isolados e refletem uma cultura machista impregnada na sociedade. “Na maioria das vezes, a mulher é vítima dos próprios companheiros, maridos, amantes, namorados”, observou.

Segundo ele, os casos de violência contra a mulher precisam ser vistos por um olhar mais sistêmico, não só do ponto de vista da própria violência, mas através de medidas que possam coibir esse tipo de crime, como campanhas de conscientização.

“A Comissão de Direitos Humanos do RN repudia totalmente qualquer tipo de violência contra a mulher”, declarou.

Em 2015, alguns casos chamaram atenção pela violência sofrida por mulheres em diversas cidades do estado. O caso mais recente noticiado foi de mais um estupro coletivo em Natal, contabilizando três no intervalo de apenas um mês. Os dois primeiros foram registrados no loteamento San Vale, zona Sul de Natal.

Estupro coletivo

Naquela região, inclusive, os moradores temem a ação de estupradores que vem aterrorizando o local há meses. De acordo com os registros da polícia, quatro mulheres foram atacadas por um trio que ainda não foi identificado.

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) da zona sul de Natal, sob a tutela da delegada Michelle Alcântara, foi designada como responsável pela investigação que ocorre em caráter sigiloso. A investigação conta com apoio de outras delegacias, do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil (NIP) e da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

Psicóloga assassinada

O RN tem em sua história casos emblemáticos de crimes contra mulheres. O mais recente deles foi o da psicóloga Nathália Tâmara que foi encontrada morta em uma estrada carroçável de São Gonçalo do Amarante em maio deste ano.

A jovem foi morta pelo vizinho Carlos André dos Santos Cassimiro, de 29 anos. A mãe da vítima trabalhava como babá na casa do suspeito e o homem teria atraído a vítima até o local. Também existe a suspeita que ele tenha cometido crime sexual contra a jovem.

Chacina de Itajá

Outro crime que marcante correu na cidade de Itajá, no Vale do Açu, ocasião em que cinco mulheres foram assassinadas a tiros dentro de um bordel. As vítimas trabalhavam com prostituição, de acordo com a polícia, e uma delas era a dona da casa noturna.

As mulheres mortas foram identificadas como Patrícia Regina Nunes, de 37 anos, mais conhecida como “Patrícia Sapatão” e que seria a dona do estabelecimento, Maria Daiane Batista, de 20 anos, a adolescente Cassia Raiane Santiago, de 17 anos, e mais duas outras mulheres identificadas apenas como Meninha e Ceiça.

Segundo informações da polícia, os bandidos chegaram ao local em um veículo Celta, de preta e placas não identificadas. Eles invadiram a casa e mataram as mulheres com vários tiros, sendo a maioria no rosto das vítimas.

Menina enterrada

No dia 16 de julho deste ano o corpo de uma menina de 11 anos foi encontrado enterrado em uma duna próximo a uma granja, em Jenipabu. De acordo com a polícia, a criança estava desaparecida desde o último domingo (12).

Os peritos do ITEP foram acionados e vão recolher o corpo da menina. Ainda segundo informações da polícia, um homem foi preso e o irmão da vítima foi detido para averiguação e para prestar esclarecimentos.

O homem preso seria o caseiro da granja próximo ao local onde o corpo foi encontrado. Ele teria ligado para a menina dizendo que o irmão dela o estava chamando. O suspeito, que ainda não teve o nome revelado, responde a processo por estupro.

Fonte: Portal Noar

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