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quinta-feira, agosto 13, 2015

Preso por golpe da nota preta usava até helicóptero, diz polícia em SC

Valdevino Moreira, preso por aplicar o golpe da nota preta em Navegantes (Foto: Divulgação/Polícia Civil)O homem de 50 anos preso na última segunda-feira (11) por aplicar o golpe da nota preta em Navegantes, no litoral catarinense, chegou a alugar um helicóptero
para impressionar suas vítimas, segundo a investigação. Valdevino Moreira se passava por um deputado federal e convencia as vítimas a pagarem de R$ 30 a R$ 50 mil por uma sacola cheia de maços de cartolinas pretas, como se fossem dinheiro tingido.

“Ele foi preso com um traje simples, mas é um homem bem articulado. De terno e gravata, passava por um deputado. Chegava sempre de helicóptero ou carrão, se passando por chique”, diz o delegado Ricardo Labes, responsável pelo caso.

Segundo Labes, o homem dizia que as notas pretas eram, na verdade, células verdadeiras de real desviadas do Banco Central e pintadas de preto como “disfarce”.
Ele explicava que as notas poderiam ser limpas com um produto especial, porém muito caro. Com a expectativa de ganhar R$ 100 mil, as pessoas pagavam até R$ 50 mil ou davam carros. Para convencer as vítimas, o golpista fazia uma demonstração: ele pegava um maço de dentro da bolsa, com notas verdadeiras realmente tingidas de preto, colocava em uma bacia com o suposto produto químico e, depois de um tempo, as cédulas apareciam limpas.

Homem aplicava golpe dizendo que cartolina era, na verdade, dinheiro pintado (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Homem aplicava golpe dizendo que cartolina era
dinheiro pintado (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Pessoas humildes, com dinheiro
“As vítimas eram pessoas humildes, porém com dinheiro. Donos de pequenos comércios, por exemplo”, diz Labes. Nenhuma das vítimas prestou depoimento ainda.
As investigações apontam que pelo menos três empresários caíram no golpe, que vinha sendo aplicado há alguns meses. “Mas com certeza o número é maior. Estamos pedindo que as pessoas que caíram nesse golpe compareçam à delegacia, para caracterizar o indiciamento”, diz o delegado.

O delegado explica que, se de fato houvesse dinheiro desviado, esses empresários seriam criminalizados por receber dinheiro ilegalmente. “Como era cartolina, eles são simplesmente vítimas”, afirma Labes. “Cada vítima que comparecer será um crime de estelionato a que ele terá de responder.”

Carros de luxo
Valdevino está preso no Complexo Penitenciário de Canhanduba, em Itajaí. Ele já havia sido preso anteriormente, em 2012, juntamente com o irmão, e tinha um mandado de prisão, também por estelionato, expedido por Itapema.
A polícia chegou até ele através de uma denúncia anônima e o abordou quando ele chegava em casa, a bordo de um Grand Vitara.

Ele chegou a apresentar aos policiais uma carteira de habilitação com uma identidade falsa.
Além de uma bolsa cheia de cartolinas amarradas em maços com elástico, a polícia apreendeu o carro que ele dirigia e um Veloster, que também teria sido utilizado para aplicar os golpes. Também foi encontrado um revólver calibre 38 e dez munições.

Valdevino não prestou depoimento – afirmou à polícia que só falará em juízo - e disse que não estava mais praticando o golpe, mas a polícia afirma que ele mentiu. Ele está sendo indiciado por estelionato, posse de arma de fogo e posse de munição.

Carros foram apreendidos em Navegantes (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Carros foram apreendidos com estelionatário em Navegantes (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Fonte: G1

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