A Polícia Federal investiga uma possível invasão ao gabinete do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que teria ocorrido em 26 de julho, um domingo, quando a sala principal do Palácio da Justiça
costuma ficar vazia.
O Ministério da Justiça enviou um documento na segunda-feira (27) ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, para comunicar a suposta "violação de espaços restritos do prédio" –o gabinete ministerial
No documento enviado à PF, a pasta solicita a apuração dos fatos e a adoção de medidas cabíveis.
Na manhã daquela segunda, ao chegarem para trabalhar, servidores do ministério notaram que uma das portas do gabinete de Cardozo estava aberta. Perceberam ainda que o computador que fica sobre a mesa do ministro estava ligado.
A máquina da sala do chefe de gabinete de Cardozo, Márcio Lopes de Freitas Filho, também estava ligada.
O ministro ainda não havia chegado ao Palácio da Justiça e, ao ser informado do cenário, ordenou que a Polícia Federal fosse comunicada imediatamente.
Segundo a Folha apurou, servidores do ministério e integrantes da Polícia Federal acreditam que pode ter havido o comprometimento de dados do computador do gabinete do ministro.
Procurados para comentar, Cardozo e a PF disseram que não vão se pronunciar a respeito do caso.
SEGURANÇA
Cardozo conta com um forte aparato de proteção em Brasília e em seus deslocamentos. São dezenas de homens treinados pela Polícia Federal que trabalham para garantir sua integridade.
O ministro, que está há quatro anos e meio à frente da pasta, tem sob seu guarda-chuva, além da PF, outros órgãos de segurança, como a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Polícia Rodoviária Federal.
Atualmente, a PF é a responsável, junto com o Ministério Público Federal, pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
Petistas acusam Cardozo de não controlar a PF e já pediram a troca do ministro diante do avanço das investigações sobre os expoentes do PT. Ele, por sua vez, manifestou a amigos o desejo de deixar o governo, mas acertou com a presidente Dilma Rousseff sua permanência pelo menos até o fim do ano.
No mês passado, Cardozo foi convocado a depor na CPI da Petrobras por parlamentares que queriam ouvir dele explicações sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da PF em Curitiba.
Dois policiais federais ouvidos pela CPI afirmaram que o grampo foi instalado sem autorização judicial na cela do doleiro, um dos principais agentes do esquema de desvio de dinheiro da estatal.
Cardozo sempre refutou qualquer interferência na Polícia Federal e diz que o órgão age com independência.
Fonte: Folha de São Paulo
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