A polícia austríaca afirmou, nesta sexta-feira (28), que são mais de 70 os corpos encontrados na quinta (27) em um caminhão frigorífico abandonado no leste da Áustria,
país no qual o veículo entrou após sair da Hungria.
A informação foi confirmada pelo porta-voz do Ministério do Interior, Alexander Marakovits, à agência de notícias "APA". A polícia ainda informará o número exato de mortos e outros detalhes da investigação.
O veículo foi encontrado em uma área de descanso de uma estrada do estado de Burgenland (leste), disse um porta-voz da polícia, Hans Peter Doskozil.
De acordo com o jornal austríaco "Krone", citado pela Reuters, as indicações iniciais sugerem que eles teriam morrido por sufocamento.
Segundo a Reuters, o veículo foi encontrado quando patrulheiros viram fluidos de corpos em decomposição saindo da porta traseira.
“É possível estimar que as mortes tenham ocorrido de um dia e meio a dois dias atrás”, disse Hans Peter Doskozil, chefe da polícia na província de Burgenland.
A polícia local informou que os refugiados poderiam estar mortos quando o veículo entrou no país, entre a noite de quarta-feira (26) e a manhã desta quinta, afirmou a polícia local.
Hungria
Janos Lazar, chefe de gabinete do premiê húngaro, Viktor Orbán, afirmou que o caminhão tinha placa com número da Hungria e que as polícias dos dois países estão trabalhando juntas para localizar o motorista. Suspeita-se que ele já tenha deixado o país.
Lazar criticou a União Europeia (UE) por não ser capaz de controlar a entrada de migrantes. "Os acontecimentos dos últimos dias mostraram que a UE é incapaz de defender suas fronteiras", disse em coletiva de imprensa.
A polícia austríaca afirma que as primeiras evidências indicam que o caminhão tenha passado perto de Budapeste, capital da Hungria, nesta quarta, e que há indicações de que os imigrantes estavam mortos antes de entrar na Ástria.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar abalada com o caso. “Estamos comovidos com essa terrível notícia. É uma advertência para nos colocarmos a trabalhar, resolver o problema e demonstrar nossa solidariedade”, declarou, segundo a agência France Presse.
Crise migratória
Dezenas de milhares de refugiados de regiões em crise no Oriente Médio e na África têm tentado chegar à Europa. Países, como a Grécia, a Itália, Macedônia e a Hungria, são obrigados a lidar com a chegada em massa dos migrantes.
A Hungria bateu um novo recorde na entrada de migrantes na quarta. Segundo a polícia, 3.241 pessoas entraram no país atravessando a fronteira com a Sérvia. A maioria dos refugiados deixou a Síria, o Afeganistão e o Paquistão. Entre eles, estão 700 crianças, segundo a agência France Presse.
Fonte: G1
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