Cerca de 100 novas pessoas procuraram o delegado Eduardo Prado, até a manhã desta quinta-feira (13), afirmando terem sido enganadas pela modelo Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos. Conhecida como
Barbie, a jovem está presa em Goiânia, suspeita de aplicar golpes pelas redes sociais.
Presa na terça-feira (11), Bruna é investigada por anunciar produtos importados na internet, receber o dinheiro dos compradores e nunca entregar a encomenda. Segundo a polícia, ela usava contas de terceiros para receber o dinheiro.
O delegado afimrou que, desde abril deste ano, 20 moradores de Goiânia procuraram a polícia para denunciar a jovem. Só nestas vítimas, ela teria dado um prejuízo total de cerca de R$ 50 mil. O delegado também investiga um caso do Rio de Janeiro e dois de Brasília. Para ele, a modelo aplicava golpes há cerca de cinco anos.
“Desde a divulgação do caso, várias pessoas nos procuraram por telefone ou pelas redes sociais dizendo que também foram vítimas da Bruna. Agora é preciso que essas mesmas pessoas procurem as delegacias para registrar formalmente o crime”, explicou o delegado. Se essas denúncias forem confirmadas, o prejuízo causado pode chegar a R$ 300 mil.
O advogado de Bruna, Flávio Cavalcante, disse ao G1 que sua cliente admite somente parte das denúncias da polícia e adianta que "algumas acusações não são verdadeiras". No entanto, ele não entra em detalhes sobre quais crimes a modelo teria admitido ou negado. Cavalcante informou ainda que a jovem contribuirá com as investigações.
A polícia ainda investiga as contas usadas pela suspeita para receber o dinheiro. Segundo as investigações, ela usava terceiros para ter acesso aos pagamentos. “Ela pedia para usar contas de terceiros dizendo que não tinha uma própria e precisava receber dinheiro de familiares ou até mesmo de trabalhos fotográficos”, disse Prado.
O delegado informou que já começou a ouvir os donos dessas contas e todos se disseram inocentes e que não tinham envolvimento com o golpe.
Denúncias na web
As vítimas formaram grupos nas redes sociais para tentar evitar que Bruna fizesse novas vítimas. Pelas denúncias na internet, Prado estima que centenas de pessoas tiveram prejuízo com a modelo.
De acordo com o delegado, Bruna criava perfis com nomes falsos nas redes sociais para vender produtos como celulares, maquiagens e perfumes. “Em alguns perfis ela dizia que era Maria. Ela ia cancelando as contas e criando outros perfis”, afirmou.
Ela também inventava problemas familiares para justificar o fato de não enviar os produtos. "Ela usava desculpas como doenças de familiares para não entregar os pedidos dos clientes", disse o delegado. Segundo Prado, a modelo chegou a alegar que ela e o pai tinham câncer, para evitar de entregar os produtos comprados.
Bruna Cristine chega para depor acompanhada do advogado (Foto: Vanessa Martins/ G1)
Morador de Goiânia, o universitário Lucas Rodrigues Guimarães, de 20 anos, é uma das vítimas da jovem, conhecida como Bruna Cortês. Com amigos em comum, ele a conheceu em uma festa de aniversário e, cerca de três meses depois, resolveu comprar um celular dela.
“Queria comprar um Iphone 5S e ela disse que o tia dela podia trazer dos Estados Unidos um celular muito mais em conta do que compraria aqui [no Brasil]. Então, resolvi comprar”, disse o jovem ao G1, enquanto aguardava para prestar depoimento na Decon, em Goiânia.
Guimarães afirma que depositou, como garantia, R$ 300 na conta da jovem, mas ela não entregou o aparelho. “Depositei e ela começou a me enrolar, enrolar, enrolar. Ela nunca me devolveu o dinheiro nem [entregou] o telefone”, afirma.
O universitário conta que tem um grupo no aplicativo de celular Whatssap com outras vítimas. “São 14 pessoas de várias partes do país, mas deve ter mais vítimas”, acredita.
Relacionamento amoroso
Analista de sistemas carioca, Ryan Balbino também foi vítima da modelo, com quem teve um relacionamento amoroso entre 2011 e 2012. Segundo a polícia, Bruna fingiu ser o próprio pai para dar notícias sobre uma falsa operação para tratar um câncer no útero. O jovem revela que depositou mais de R$ 15 mil para o tratamento da doença forjada.
Ex-namorado da modelo, Ryan balbino, também afirma que foi vítima de golpe (Foto: Arquivo pessoal)
A conversa foi registrada em 15 de março de 2012. Cinco dias depois da falsa cirurgia, Bruna pediu mais dinheiro. "Vou precisar comprar o remédio de [R$] 550, se puder ajudar", escreveu.
Todos os diálogos do casal constam no inquérito policial que apura os crimes praticados pela modelo. Inclusive, em alguns deles, ela pede R$ 2 mil ao analista: "Queria falar com você um negócio. Você pode dar mil [reais] no dia que tinha falado e mil no dia 20?".
O analista de sistemas constatou que tinha sido vítima de um golpe ao viajar do Rio de Janeiro para Goiânia. “Encontramos com familiares dela e tive a confirmação de que ela não estava doente e de que eu tinha sido vítima de um estelionato”, disse.
Mensagens
Suspeita de aplicar golpes pelas redes sociais, a modelo fotográfica Bruna Cristine Menezes de Castro não acreditava que seria presa. Em conversas com alguns clientes, publicadas em uma conta no Instagram criada para denunciá-la, a jovem desdenha das investigações e ri quando uma pessoa fala da possibilidade dela ser presa. "Meu orixá é forte", diz em um dos trechos divulgados pela Polícia Civil na quarta-feira (12).
Em uma das conversas, uma suposta vítima diz: "Ainda vou te ver atrás das grades". Em tom de ironia, a modelo responde: "Sério amor? kkkkkkk. Será?". Na mesma conversa, a cliente afirma que a jovem "nem sonha como estão as investigações". Porém, novamente, a suspeita rebate: "Aguardo ansiosamente por esse dia".
Suspeita ironizava acusações feitas pelas vítimas (Foto: Reprodução/Instagram)
Fonte: G1
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