O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), negou nesta quarta-feira (12) que tenha dado um calote na União e disse que o Estado espera
"compreensão" e "solidariedade ativa" diante da situação de suas finanças.
O governador se reuniu com o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, nesta manhã. O econtro também estava previsto na agenda do ministro Joaquim Levy, mas ele não participou.
Segundo Sartori, dentro de 10 ou 15 dias haverá uma reunião entre técnicos do Estado e do Tesouro para tentar avançar em uma saída para o impasse no Estado.
Na terça-feira (11), o Tesouro informou que, como o Rio Grande do Sul não pagou à União parcela da sua dívida vencida em julho, o governo federal bloqueou as contas do governo gaúcho e executou garantias previstas em contrato para recuperar o valor em atraso.
Segundo informações do governo do Rio Grande do Sul, o dinheiro do Estado nas contas do Banrisul foi bloqueado para o pagamento de uma parcela da dívida com a União no valor de R$ 280 milhões que deveria ter sido paga em julho. Como o Estado não tem esse dinheiro em caixa, todas as próximas receitas serão sacadas pela União até o quitamento da parcela devida.
"Ninguém deu calote, nós apenas não cumprimos uma parte", afirmou Sartori a jornalistas ao deixar o ministério.
Ele não esclareceu como o Estado pretende agir em relação aos próximos vencimentos da dívida, mas afirmou que pretende manter um "diálogo permanente" sobre as finanças do seu governo.
Sartori disse ainda que a decisão do seu governo de atrasar o pagamento da dívida com a União para pagar salário em atraso dos servidores do Estado não foi política.
"Nós não quisemos nem fazer um confronto nem estabelecer uma questão política. Nossa ação foi na verdade, tendo condições, resolvemos pagar todos os servidores", afirmou. "Quanto ao futuro, por enquanto o que eu posso dizer é que os servidores foram pagos."
CEARÁ
O governador do Ceará, Camilo Santana, esteve nesta quarta-feira (12) em reunião com integrantes do Ministério da Fazenda. Ele veio cobrar a liberação de empréstimos para projetos do Estado.
Santana afirmou que a situação do Rio Grande do Sul não deve pesar nas decisões de liberações de crédito do governo federal.
"Um Estado não pode se prejudicar porque um determinado Estado não fez o dever de casa ou não cumpriu seu dever fiscal. Os Estados não podem pagar por isso", disse o governador, que classificou a situação fiscal do Ceará como "muito boa".
Fonte: Folha de São Paulo
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