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quinta-feira, julho 02, 2015

Zelada movimentou 11 milhões de euros ilegalmente no exterior, diz MPF

O ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada é preso pela PF nesta quinta no RJ. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress)O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada foi preso na 15ª fase da Operação Lava Jato, nesta quinta-feira (2), para evitar a reiteração de crime e
a interferência na colheita de provas sobre o esquema de corrupção, lavagem e desvio de dinheiro na Petrobras. Zelada será levado para Curitiba ainda nesta quinta.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), após a deflagração da operação, Zelada efetuou transferências para contas bancárias no exterior. Entre julho e agosto de 2014, foram 7 milhões de euros provenientes de contas suíças, disse o MPF.

O saldo milionário em contas no exterior, incompatível com a renda de Zelada, segundo as autoridades policiais, é uma prova do envolvimento de Zelada no esquema de corrupção na estatal. De acordo com o MPF, Zelada tinha salário mensal na Petrobras de R$ 100 mil.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que Zelada movimentou 11 milhões de euros (já bloqueados) ilegalmente no exterior, em Mônaco, mais US$ 1 milhão para a China.“Indica continuidade de crime de lavagem e tentativa de proteção desses valores para impedir que a Justiça alcance”, disse o procurador.

De acordo com o despacho do juíz Sérgio Moro, que autorizou a prisão de Zelada, ainda não existe informações seguras do montante recebido por Zelada a partir do esquema criminosos investigado.
Suspeitas
Zelada foi sucessor de Nestor Cerveró no cargo e atuou entre 2008 e 2012 na estatal. O nome dele surgiu nos depoimentos de delação premiada de outros investigados pela Lava Jato. Em depoimento à Justiça Federal, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, já tinha dito que Zelada era um dos beneficiários do esquema de corrupção

O ex-gerente de Serviço da Petrobras Pedro Barusco afirmou que Zelada foi beneficiado à época em que era gerente geral de obras da Diretoria de Engenharia e Serviços. Todavia, Barusco não soube informar se Zelada continuou a receber vantagens indevidas no cargo de diretor da área internacional.

De acordo com Barusco, Zelada era beneficiado assim como ele o ex-diretor de Serviços Renato Duque, que está preso no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba.

Barusco disse ainda que Zelada negociava diretamente com as empresas em contratos menores na área de exploração e produção. O delator também informou que repassou diretamente a Zelada R$ 120 mil. O pagamento foi efetuado, conforme o delator, em três visitas à casa do ex-diretor.

Segundo o MPF, existe ainda a suspeita de que Zelada tenha recebido propina proveniente de contratos de navio sonda. “Há fortes indicativos que ele recebeu valores pela celebração de contratos de aluguel”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos.

Além disso, segundo a investigação, auditoria da Petrobrás apontam irregularidades severas em contratos sob a responsabilidade de Zelada.

O G1 tentou contato com o advogdo de Jorge Zelada, porém, ele não atendeu a ligação.

14ª fase
A 14ª fase da operação, chamada de 'Erga Omnes', foi deflagrada no dia 19 de junho e cumpriu 59 mandados judiciais em SP, RJ, MG e RS. A operação teve como alvo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez e prendeu os seus respectivos presidentes - Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo.
Outros dez investigados, a maioria executivos das duas empresas, também foram presos na ação. Três deles tiveram a prisão temporária vencida e foram soltos. Alexandrino de Salles, executivo da Odebrecht, teve a prisão temporária convertida em preventiva.
Segundo a PF, há indícios concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.
Os investigados são suspeitos de crime de formação de cartel, fraude em licitações, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Fonte: G1

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