UTI do Deoclécio é fechada, confirmando suspeita de contaminação

Neste domingo, por volta das 12h, a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, foi  fechada para uma reforma, iniciando a raspagem e a

pintura das paredes. A UTI possui capacidade para 10 leitos e pelo menos um dos leitos já estava interditado desde a quinta-feira.

A reforma confirma as suspeitas levantadas por servidores do hospital e pelo Sindsaúde de que o local estivesse contaminado. Na quinta-feira (23), na passagem do plantão, seis dos nove pacientes internados estavam com infecção e destes, cinco com infecção generalizada. Ainda neste mês, ocorreram oito óbitos na UTI em um mesmo fim de semana.

Há duas semanas, o Sindsaúde encaminhou as denúncias para a CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), cujo representante afirmou que “desconhecia” qualquer contaminação ou bactéria resistente. A suspeita também foi encaminhada ainda para o secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, e ao governador Robinson Faria, em audiência sobre a greve.

A Sesap informou que a reforma foi motivada pelas fortes chuvas do fim de semana e para uma desinfecção preventiva, que deve ser concluída até a quarta-feira (29).

Falecimento após transferência – No fechamento da UTI, pacientes foram transferidos para outros setores do hospital. Uma senhora de 75 anos, internada desde o dia 10 de junho, foi transferida da UTI às 23h do sábado (24) para a Clínica Médica. A paciente estava trasqueotomizada e com infecção generalizada e, ao chegar na Clínica Médica, não havia aspirador. A paciente veio à óbito 30 horas depois, às 06h desta segunda-feira, 27. Segundo a direção do hospital, a paciente havia recebido alta desde a quarta-feira (22).

Na manhã de hoje, haviam 43 pacientes em macas nos corredores do Deoclécio, segundo o corredômetro, levantamento semanal feito pelo Sindsaúde-RN. No Walfredo Gurgel, havia quatro pacientes em ventilação mecânica, em macas. “As pessoas estão morrendo por falta de leitos de UTI. O governo precisa ampliar a quantidade de leitos no estado”, João Antônio.

Fonte: Sindsaúde