A defesa de Thye Bezerra Mattos, 27, goleiro da seleção brasileira de polo aquático no alvo da polícia canadense por suspeita de assédio sexual, afirma ter procurado nesta segunda-feira (27) o Itamaraty
para solicitar ajuda no caso registrado nos Jogos do Pan de Toronto.
A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que ainda não há informações sobre o pedido, mas disse que, caso o órgão seja procurado, pode solicitar oficialmente que as autoridades canadenses liberem o processo e as informações para a defesa.
De acordo com o advogado do atleta, Marcelo Franklin, a defesa está com dificuldades até mesmo para saber detalhes sobre a acusação.
"Até o momento não conseguimos ter acesso nem mesmo ao processo. Queremos saber qual o tipo específico de acusação contra o atleta e quais as provas que dizem ter. Sem isso não há possibilidade de uma defesa justa", afirmou Franklin.
Ainda segundo o advogado, a legislação canadense considera abuso sexual qualquer tipo de contato não desejado por uma das partes.
Franklin afirmou ainda que Mattos não voltará ao Canadá, como pediu a polícia da cidade sede do Pan-Americano –contra ele há um mandado de prisão.
O Itamaraty descartou a hipótese de extradição, já que o governo não extradita cidadãos brasileiros.
DENÚNCIA
Carioca, Thye é suspeito de ter atacado uma moradora da cidade de 22 anos na manhã do dia 16 de julho –um dia após a equipe ter encerrado sua participação com a medalha de prata no Pan.
Segundo a polícia do Canadá, o atleta segurou a vítima e cometeu o assédio na casa da mulher, na região central de Toronto, enquanto ela dormia. Naquele país, segundo a polícia canadense, a pena máxima em casos similares a esse é de 15 anos de detenção.
OUTRO LADO
A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) emitiu uma nota na qual reforça que o atleta se declara inocente. No texto, a entidade diz que está cuidando do caso e que solicitou o processo às autoridades canadenses para avaliar o caso.
Na sexta-feira (24), o diretor de polo aquático da CBDA, Marcos Maynard, afirmou que, na versão do goleiro, a relação com a jovem foi consensual. "Ele diz que a conheceu em um bar, foi até o apartamento da garota e os dois fizeram sexo. Ele diz que ela consentiu", disse Maynard.
Já o clube Athletico Paulista, onde treina o atleta, diz que a política de patrocínio do clube é "extremamente rigorosa quanto ao comportamento de seus integrantes".
Em nota, a associação afirma que está acompanhando o assunto, mas que a responsabilidade legal sobre o caso é da seleção brasileira, visto que o esportista competia pelo polo aquático nos Jogos do Pan de Toronto.
Fonte: Folha de São Paulo
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