A Ferrari e a Lamborghini apreendidas pela Polícia Federal (PF) em uma das casas do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL), em Brasília, estão registradas em nome de uma
empresa da qual ele é sócio majoritário. Os dois carros de luxo foram financiados pela Água Branca Participações Ltda. junto ao Bradesco Financiamentos e acumulam juntos dívidas de IPVA que somam aproximadamente R$ 335 mil.
A companhia, sediada em São Paulo, está registrada em nome de Collor e da esposa dele, Caroline Serejo Medeiros Collor de Mello como uma holding de instituição não financeira. Essas holdings podem exercer funções de gestão e administração dos negócios das empresas de um grupo ou de uma pessoa. Segundo dados da Receita Federal, Caroline é sócia- administradora da empresa.
Na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral na eleição do ano passado, Collor informou que possui R$ 1.350.000 em cotas da Água Branca Participações, cujo capital social total é de R$ 1.377.000. Como declarou a participação societária na empresa, o ex-presidente não precisaria detalhar bens pertencentes à companhia.
O parlamentar de Alagoas declarou na eleição de 2014, contudo, que possui, em seu nome, 13 veículos automotores (veja a lista completa ao final desta reportagem). Os carros registrados em nome de Collor vão desde veículos populares até superesportivos como uma Ferrari 612 Scaglietti ano 2005 avaliada em cerca de R$ 815 mil.
Investigado pela Procuradoria Geral da República por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, Collor foi alvo nesta terça-feira (14), na mais recente fase da Operação Lava Jato, de mandados de busca e apreensão em suas residências na capital federal e em Alagoas. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Ferrari vermelha apreendida pela PF nesta terça-feira (14) na Casa da Dinda, propriedade de Collor que foi usada como residência oficial da Presidência na época em que ele comandou o Palácio do Planalto, é o modelo 458 Italia, ano 2010, modelo 2011. A edição de 2015 deste superesportivo custa R$ 1,95 milhão e o carro tem dívida de IPVA de quase R$ 86 mil.
Já a Lamborghini azul apreendida é o modelo Aventador LP 700-4 Roadster, 2013/2014, avaliada em R$ 2,5 milhões. O veículo também tem uma dívida de IPVA de R$ 250 mil.
Além da Ferrari e da Lamborghini, os agentes também levaram da Casa da Dinda para a superintendência da PF no Distrito Federal um Porsche Panamera preto, ano 2011, modelo 2012. O Porsche foi emplacado em Maceió.
Da tribuna do Senado, Collor afirmou nesta terça que a operação da PF foi "espetaculosa" e midiática". Na visão dele, a busca e apreensão solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi truculenta e "extrapolou" todos os limites do estado democrático de direito e da legalidade.
"Uma operação espetaculosa, midiática, com vários helicópteros, dezenas de viaturas, absolutamente desnecessários, e maldosamente orquestrada pelo PGR, com único intuito mesquinho e mentiroso de vincular a uma investigação criminosa, bens e valores legalmente declarados e adquiridos nos anos, ou antes, de qualquer investigação, muito antes do suposto cometimento de pretensos crimes maldosamente a mim imputados.", reclamou o parlamentar alagoano na tribuna.
Veja os 13 veículos registrados em nome de Collor declarados ao TSE:
- BWW 760IA
- Kia Carnival
- Ferrari Scaglietti
- Toyota Land Cruiser
- Mercedes E320
- Toyota Hilux (duas unidades)
- Volkswagen Gol 1.6 Rallye
- Citröen C6
- Cadilac SRX
- Hyundai Vera Cruz
- Honda Accord
- Land Rover
Fonte: G1
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