"Sei não se vai sair", diz um funcionário de uma empresa terceirizada da prefeitura enquanto esfrega o asfalto para retirar a pichação "Jô Soares morra" em frente à casa do apresentador, em
Higienópolis, bairro nobre de São Paulo.
O relógio na esquina da avenida Higienópolis com a rua Rio de Janeiro marca 13ºC à 1h40. Alguns carros param para ver o local em que as ofensas foram escritas e teimam em não sumir, mesmo com o esforço dos funcionários. "Que nojo de quem fez isso", pode-se ouvir vindo da janela de um C3 que para na esquina.
A tal pichação apareceu nesta sexta (19), uma semana após a entrevista que ele fez com a presidente Dilma Rousseff (PT). Espectadores reclamaram da escolha da entrevistada e do tom da conversa, tido por críticos como ameno.
"Isso porque é bairro de bacana", diz o homem, escovão na mão, olhando para o prédio do apresentador, onde moradores "bacanas" se colocam nas janelas para conferir o trabalho.
Enquanto uns esfregam um produto de cheiro fortíssimo antes de limpar com água de reúso, outros funcionários se esforçam em tentar identificar entres as silhuetas nas janelas uma mais gordinha. "É aquele ali, ó, tá vendo?", diz o mais velho, aparentemente responsável por fiscalizar a empreitada.
"Nada, tá magro demais pra ser ele", retruca o rapaz do escovão. "E desde quando ele tá gordo? Emagreceu que só", finaliza a disputa o mais velho.
Alguém lembra que aquele é o mesmo prédio da apresentadora Adriane Galisteu. "É? Que mulher", suspira o mais novo, voltando ao trabalho, escovão na mão.
Fonte: Folha de São Paulo
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