Uma ala do governo Dilma Rousseff e também peemedebistas avaliam que o ex-presidente Lula, com suas últimas críticas direcionadas à petista, ensaia um
descolamento de sua criatura para tentar sobreviver politicamente até 2018, data da próxima eleição presidencial.
Segundo assessores mais próximos à presidente, Lula já vinha insistindo na tecla de que Dilma não ouve seus conselhos e intensificou este discurso em reunião com religiosos na semana passada, quando elevou o tom das críticas à petista.
Ou seja, na avaliação de interlocutores dilmistas, Lula estaria passando a mensagem de que a responsabilidade pela atual crise política e econômica, que derrubou a popularidade da petista, é somente da presidente Dilma.
Esta ala do governo diz, porém, que se esta é realmente a estratégia de Lula, corre risco de naufragar. Um assessor lembra que o PT está numa situação pior do que o governo, que estariam unidos num processo de "corrosão".
Depois de dar razão aos tucanos nas críticas de que Dilma mentiu na campanha ao afirmar que não mexeria em direitos trabalhistas e não faria ajuste fiscal, Lula voltou à carga nesta segunda (22), criticando aliados petistas.
Segundo o ex-presidente, seus correligionários "só pensam em cargo, em emprego, em ser eleito".
Dilma ficou muito contrariada com as "observações ácidas" de Lula, que só alimentam, na avaliação de governistas, o cenário atual de crise política no país. Dentro do Palácio do Planalto, porém, a ordem é não rebater publicamente o ex-presidente e, de preferência, inclusive nos bastidores.
Dentro do governo, assessores reclamam ainda que a presidente tem buscado criar uma agenda positiva. Nesta segunda, por sinal, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) almoçou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para discutir medidas de "animação" da economia.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!