Gonzalo Jara deu uma "mãozinha" para Edinson Cavani ser expulso no jogo de quartas de final entre Chile e Uruguai pela Copa América. O lance rodou o mundo, gerou
grande repercussão nos meios de comunicação e pode implicar até punição ao lateral direito chileno pela Comissão Disciplinar da Conmebol. Mas não é novidade no futebol.
De volta a 1977. São Paulo e Atlético-MG faziam a final do Campeonato Brasileiro. E a decisão foi para as penalidades. Frente a frente, Waldir Peres, goleiro do Tricolor, e Márcio, zagueiro do Galo. Se o defensor desperdiçasse a cobrança, o São Paulo ganharia seu primeiro título nacional. E as mãos de Waldir Peres acabariam sendo decisivas.
Enquanto Márcio andava em direção à marca de cal, Waldir o acompanhava, dizendo que ele erraria a cobrança. Até aí, nada fora do roteiro. Então, o goleiro do São Paulo passou a mão na bunda do adversário, para desconcertá-lo. Márcio isolou a bola. E o São Paulo era campeão brasileiro.
"Era uma decisão de pênaltis e um erro dele favorecida o São Paulo. Fiz tudo que a gente podia fazer. Mas eu podia ter sido expulso na época", relembra Waldir Peres ao UOL Esporte. "O Márcio ficou calado, quieto, foi o momento", conta.
Waldir Peres entrou para a história do futebol com aquela intuição. No entanto, questionado se costumava fazer aquilo para desconcentrar os rivais, ele diz que o lance foi uma exceção em sua carreira: "Não, de maneira nenhuma. Foi um caso isolado, totalmente isolado, surgiu a oportunidade".
Segundo o ídolo Tricolor, que tem 678 jogos pelo São Paulo e está atrás somente de Rogério Ceni como jogador que mais atuou com a camisa do clube, lances como esse sempre existiram no futebol, embora hoje tenha diminuído bastante porque a repercussão é maior.
Nessa quinta-feira, Alberto Lozada, membro da Comissão Disciplinar da Conmebol, informou que "será aberto um expediente" para avaliar a polêmica atitude de Jara. Mas será que ele merece ser punido? "Tudo é o momento, o árbitro, a situação. Às vezes os nervos estão à flor da pele. Mas acho que deve ter punição, é sacanagem", opina Waldir Peres, protagonista de lance semelhante 38 anos atrás.
Pelé
Esse tipo de provocação no futebol já foi usada até pelo maior jogador de todos os tempos. Pelé, na semifinal contra o Uruguai na Copa do Mundo de 1970, foi alvo de carrinho violento do defensor uruguaio perto da bandeirinha de escanteio. No lance, largou o braço e tentou acertar uma cotovelada no rival.
A partir daí, o Rei do futebol não parou mais de provocar os jogadores uruguaios. Um dos artifício usados por ele? Dedo na bunda de toda a zaga do Uruguai. O Brasil venceu por 3 a 1 e chegou a final do Mundial. Foi naquele jogo, aliás, que Pelé deu um drible da vaca no goleiro sem tocar na bola. Mas depois perdeu o gol. Esse lance ficou imortalizado como um dos (não) gols mais bonitos da história do futebol. Mas as dedadas de Pelé também estão na história do futebol.
Fonte: Uol
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