Mais de um terço dos caixas eletrônicos da Grécia ficaram desabastecidos neste sábado (27) depois que os gregos sacaram
dinheiro temendo que o país saia da zona do euro, disseram três fontes do setor bancário à Reuters.
Gregos fizeram filas do lado de fora dos caixas eletrônicos depois que o primeiro-ministro Alexis Tsipras convocou um referendo surpresa para discutir as propostas de austeridade exigidas pelos credores, colocando a Grécia à beira do calote.
Cerca de 35% da rede de caixas eletrônicos -- 2 mil de um total de 5.500 equipamentos em todo o país -- ficaram sem notas de euro em determinado momento do dia e depois foram reabastecidos, disseram as fontes. Os bancos estavam trabalhando de forma coordenada com o banco central para manter a rede abastecida, afirmaram.
O reabastecimento dos caixas geralmente demora de uma a duas horas por ponto, o que levou a longas filas em todo o país, disse uma das fontes.
Cerca de 600 milhões de euros foram sacados do sistema bancário grego no sábado, disse à Reuters uma fonte sênior de um dos quatro grandes bancos da Grécia. Uma segunda afirmou que o fluxo de retirada de dinheiro foi de mais de 500 milhões de euros.
Embora isso seja menos do que os cerca de 1 bilhão de euros sacados em alguns dias das últimas duas semanas, a cifra desta vez foi quase que exclusivamente relativa a saques em caixas eletrônicos, onde o limite diário de retirada de dinheiro é de 600 a 700 euros, afirmaram pessoas da rede bancária.
"A demanda por dinheiro em espécie é definitivamente mais alta do que o que se vê em um sábado normal", disse um deles.
"Isso não significa que existam filas em todos os lugares, mas estamos tentando manter os caixas eletrônicos abastecidos."
Minutos depois do discurso de Tsipras à nação, pequenas filas já eram vistas em alguns caixas em Atenas. Além das filas em vários caixas por todo o país neste sábado, cerca de 40 pessoas dentro do Parlamento grego também se amontoavam para sacar dinheiro no caixa eletrônico dali.
O governo da Grécia insistiu que os bancos irão reabrir normalmente na segunda-feira e negou que o país tenha de impor controles de capital para evitar o colapso do sistema bancário.
Os bancos dependem da liquidez emergencial do Banco Central Europeu (BCE) para permanecerem abertos, e membros do alto escalão do governo conversaram com o presidente do BCE, Mario Draghi, no sábado para garantir apoio aos bancos em meio à crise.
Fonte: Uol
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