Além de monitorar a aquisição, transporte, armazenamento e revenda de drogas, e ainda o tráfico de armas e assaltos na região Oeste potiguar, o preso José
Jocenildo de Morais Fernandes, o Nildinho, também ordenava a execução de rivais. É o que revela uma das interceptações telefônicas (ouça o áudio abaixo) feitas pelo Ministério Público como peça de investigação da operação ‘Pedra Sobre Pedra’, deflagrada na manhã desta quinta-feira (25).
O G1 também teve acesso a outras gravações, todas devidamente autorizadas pela Justiça, nas quais o detento encomenda armas, pede pra que fotos sejam enviadas para ele pelo aplicativo WhatsApp, e até repreende um traficante ao reclamar da pesagem de uma encomenda de drogas.
Na gravação na qual Nildinho deixa claro que um rapaz deve ser executado, ele fala para um comparsa: “Você diz a ela (mulher que está presa em Mossoró) que se não devolver é sal”, diz o preso, ameaçando matar o filho dela. Nildinho, que segundo o MP foi o principal alvo da operação, recebeu voz de prisão dentro do Presídio Rogério Coutinho Madruga, onde cumpre pena desde 2013. A unidade que também é conhecida como Pavilhão 5 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, é a maior do sistema prisional potiguar. Ainda de acordo com o Ministério Público, o detento foi condenado a 37 anos e 6 meses de prisão por homicídio, além de também ser acusado de participação em explosões a caixas eletrônicos.
Na interceptação, Nildinho e um homem (não identificado no áudio) conversam sobre um rapaz que estaria devendo alguma coisa, algo que era preciso ser devolvido urgentemente. “Mas rapaz, e esses boyzinho véio aí, é dá onde ele, é de lá mesmo?”, pergunta Nildinho. “A mãe desse boy tá preso aí na Mário (Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró), tá entendendo? É dois menino. Esse cara tá com um mês que chegou aí, tá ligado? A véia ligou aqui chegou aqui chorando, dizendo que tá com dois meses que mataram o marido dela... Lá é uma vila, com o portão só escorado, tá ligado? Aí eu botei o boy lá. O boy quando chegou lá mais Ariton, o portão tava trancado, né? Aí eu disse: é, vou matar tudinho. Aí a véia ligou aqui desesperada, não sei o que... pelo amor de Deus, faça isso comigo não, que eu só tenho meu filho. Eu vou falar com ele. Ele vai ter que devolver, porque eu sou mulher de bandido. O meu marido a polícia matou, não sei o que...”, disse o homem que conversa com Nildinho. “Você diz a ela que se não devolver é sal!”, emenda o preso, como se mandasse o homem matar o rapaz caso a mulher não fizesse o que era pra ser feito. Do outro lado da linha, o homem concorda com Nildinho e afirma que já teria mandado o recado pra mulher: “Eu disse a ela. Rapaz, se não devolver, dona Maria, ele não vai dar tempo de ir embora não”, acrescentou.
Fonte: G1
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