Informações sigilosas da Defesa e da inteligência dos EUA foram acessadas por hackers ligados à China, segundo a agência Associated Press, no segundo vazamento de dados sensíveis do
governo americano revelado neste mês.
Conforme funcionários do governo ouvidos pela AP, os hackers tiveram acesso a formulários do Escritório de Recursos Humanos (OPM, na sigla em inglês) preenchidos por quem se inscreveu para vagas de segurança nacional.
O formulário inclui informações de candidatos sobre existência de doenças mentais, uso de drogas e álcool, antigas ocorrências policiais ou declaração de falência.
O documento também contém uma lista de contatos dos funcionários e de familiares –o que pode expor, por exemplo, parentes de agentes de inteligência no exterior.
Funcionários do governo americano disseram que o ataque teve origem na China e que há suspeita de espionagem pelo governo chinês –que nega envolvimento.
"Isso revela aos chineses as identidades de quase todo mundo que recebeu uma autorização de segurança [para acessar dados confidenciais do governo]", disse Joel Brenner, um ex-agente de contrainteligência dos EUA.
Segundo a AP, até outubro de 2014, mais de 2,9 milhões de pessoas tiveram seus dados recolhidos e armazenados para obter a autorização de segurança.
"Isso [o ataque] torna muito difícil para qualquer uma dessas pessoas atuar como agente de inteligência. (...) É uma mina de ouro. Ajuda na aproximação e no recrutamento de espiões", acrescentou Brenner.
Os funcionários que tiveram seus dados acessados não foram oficialmente informados pelo Escritório de Recursos Humanos, mas a notícia já circulava na tarde desta sexta (13) pelo Pentágono e pela CIA (inteligência americana).
14 MILHÕES
Esse ataque ao Escritório de Recursos Humanos seria diferente do divulgado na última semana, no qual, também de acordo com a Associated Press, os dados de até 14 milhões de funcionários e ex-funcionários do governo americano teriam sido acessados por hackers.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, não é possível confirmar a estimativa dada por funcionários sob a condição de anonimato à AP porque o caso ainda está sendo investigado.
Na última semana, o governo havia divulgado que o vazamento teria atingido 4 milhões de pessoas –número aproximado do quadro de servidores federais.
Ainda na sexta, o Departamento de Estado divulgou que seu sistema de vistos e de emissão de passaportes no exterior estava passando por problemas técnicos. O departamento não informou se os problemas foram causados também pela ação de hackers.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!