O Vaticano reconhece oficialmente o Estado palestino em um novo tratado que foi finalizado nesta quarta-feira (13), mas que ainda precisa ser assinado. Reagindo
imediatamente à decisão, Israel afirmou que a medida prejudica as perspectivas de paz.
O documento, que se refere às atividades da Igreja Católica no território palestino, deixa claro que a Santa Sé mudou seu reconhecimento diplomático dado previamente à Organização da Libertação da Palestina (OLP) para o Estado da Palestina.
Apesar de o Vaticano ter dado as boas-vindas à decisão de 2012 da Assembleia Geral da ONU de aprovar a Autoridade Palestina como "Estado observador não-membro" —medida que representou um reconhecimento implícito de um Estado palestino pela organização—, o tratado finalizado nesta quarta é o primeiro documento legal negociado entre a Santa Sé e o Estado palestino e constitui um reconhecimento diplomático oficial.
"Sim, é um reconhecimento de que o Estado existe", disse o porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi.
O Ministério de Relações Exteriores israelense reagiu dizendo que Israel está "desapontado" com o novo tratado.
Em um comunicado, a Chancelaria afirmou que a medida não ajuda o processo de paz e "dificulta o retorno da liderança palestina a negociações diretas e bilaterais".
Os EUA e Israel se opõem ao reconhecimento argumentando que isto minaria os esforços liderados pelos EUA para negociar um acordo para a criação de um Estado palestino.
A maioria dos países na Europa ocidental por enquanto evitam o reconhecimento, mas alguns já indicaram que podem mudar de posição se os esforços de paz continuarem em um impasse.
O tratado foi finalizado antes de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, se reunir com o papa Francisco no sábado (16).
Abbas vai a Roma para acompanhar a canonização de dois novos santos da Terra Santa no domingo (17).
"É um reconhecimento muito importante, já que o Vaticano detém um status político muito importante que emana de seu status espiritual", disse Nabil Shaath, assessor de Abbas. "Esperamos que os países da União Europeia sigam seu exemplo."
O Vaticano vinha se referindo de forma não oficial a um Estado palestino por ao menos um ano.
Durante a visita do papa Francisco em 2014 à Terra Santa, o programa oficial do Vaticano se referia a Abbas como presidente do "Estado palestino".
No mais recente anuário do Vaticano, o embaixador palestino para a Santa Sé é citado como representante da "Palestina (Estado da)".
Fonte: Folha de São Paulo
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