O comando do PT em São Paulo decidiu formalmente requerer na Justiça Eleitoral o mandato da senadora Marta Suplicy, que anunciou a desfiliação do partido no
final do mês passado.
Em reunião na segunda-feira (11), na capital paulista, a executiva estadual do partido aprovou por unanimidade a decisão de apresentar o pedido.
Segundo o presidente estadual da sigla, Emídio de Souza, o setor jurídico do PT finalizará ainda nesta semana o documento, que deverá ser protocolado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até o início da semana que vem.
Em nota, o dirigente petista afirmou que a senadora recusou-se sucessivas vezes a dialogar com a sigla e formalizou a sua desfiliação "movida unicamente por interesses eleitorais e desmedido personalismo".
"O PT nunca cerceou as atividades partidárias ou parlamentares da atual senadora, ao contrário disso, ela foi sucessivamente prestigiada ao longo dos anos, com o apoio da militância e das direções", ressaltou.
Segundo ele, no caso dela, os "projetos pessoais" e as "conveniências do oportunismo eleitoral" não podem se sobrepor "aos projetos coletivos".
A senadora, que deve se filiar ao PSB no final de junho para disputar a prefeitura de São Paulo, deixou o PT com críticas ao comando nacional do partido.
Segundo ela, a legenda tem sido protagonista "de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou".
"Os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação de forma reiterada e persistente", criticou.
Ela também acusou o comando do partido de isolá-la e estigmatizá-la.
No mesmo dia do anúncio da saída, o presidente do PT em São Paulo já havia avisado ao comando nacional do partido que reivindicaria o mandato na Justiça Eleitoral.
O líder do PT no Senado Federal, Humberto Costa (PE), informou também que indicará novos nomes para o lugar da senadora nas comissões parlamentares da Casa Legislativa.
Como indicada do bloco de apoio ao governo federal, ela é titular de quatro comissões parlamentares, entre elas a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a CDH (Comissão de Direitos Humanos).
Leia a nota do PT:
Em reunião realizada na segunda-feira (11) na sede do Diretório do PT-SP, a Comissão Executiva Estadual aprovou, por unanimidade dos presentes, requerer na Justiça Eleitoral o mandato da senadora Marta Suplicy.
Após sucessivas recusas em dialogar com a direção do PT sobre as razões de suas supostas insatisfações, Marta formalizou sua desfiliação do partido movida unicamente por interesses eleitorais e desmedido personalismo.
O PT nunca cerceou as atividades partidárias ou parlamentares da atual senadora, ao contrário disso, Marta Suplicy foi sucessivamente prestigiada ao longo dos anos, com o apoio da militância e das direções, sendo eleita deputada federal, prefeita, senadora e nomeada duas vezes ministra de Estado.
O aperfeiçoamento da nossa democracia passa pelo fortalecimento da fidelidade partidária e pelo respeito à vontade do eleitor. Os projetos pessoais e as conveniências do oportunismo eleitoral não podem se sobrepor aos projetos coletivos, que lhe dão abrigo, e nem deformar a vontade do eleitor expressa nas urnas.
Fonte: Folha de São Paulo
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