Cerca de 130 hectares de áreas degradadas de 12 assentamentos da reforma agrária da região do Vale do Assú, no Rio Grande do Norte, estão sendo recuperados com o plantio de 65 mil mudas
nativas da Caatinga. A ação faz parte do Projeto Vale Sustentável, que tem recursos da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.
Além da recuperação de áreas degradadas nos assentamentos, o Projeto Vale Sustentável está incentivando o plantio de mudas frutíferas nos arredores das moradias dos agricultores assentados – os chamados “quintais produtivos” –, formando cerca de 400 pessoas para atuarem como agentes ambientais e em uma rede de coletores de sementes nativas para a conservação da biodiversidade da Caatinga.
Na última sexta-feira (8), o Seminário Regional Vale Sustentável – Educação e Desenvolvimento, reuniu pesquisadores e órgãos parceiros em um dia de debates no auditório do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Assú, no Oeste Potiguar. Após a apresentação do Projeto, foram promovidas mesas de diálogos sobre “Concepções de desenvolvimento: convivência e sustentabilidade no Semiárido brasileiro”, “Educação socioambiental e desenvolvimento sustentável” e “Impactos ambientais e adoção de práticas sustentáveis de convivência no Semiárido”.
O Projeto Vale Sustentável é executado pela Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agrônomos (Anea), em parceria com a Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária noRio Grande do Norte (Incra/RN), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), as prefeituras e sindicatos rurais de Assú e Carnaubais, além das associações comunitárias das comunidades beneficiadas.
Visita técnica
Na segunda semana de abril, a gestora nacional do Programa Petrobras Socioambiental, Ana Balogh, os engenheiros de Meio Ambiente do Centro de Pesquisa da Petrobras Frederico Machado e Thiago Alves e o pesquisador da Embrapa Guilherme Chaer realizaram uma visita técnica aos Assentamentos Professor Maurício de Oliveira e Novo Pingos, no município de Assú, e Rosa Luxemburgo, Irmã Dorothy e Margarida Alves II, em Carnaubais, para verem de perto os primeiros resultados das ações.
A visita foi acompanhada pelo coordenador do projeto, o engenheiro agrônomo da Anea Auricélio Costa, pelos servidores do Setor de Meio Ambiente do Incra/RN, a bióloga Ana Lúcia Campos e o engenheiro florestal Evandro Wagner Lopes, e pelo engenheiro agrônomo do IFRN Marlon de Morais Dantas.
Ana Balogh destacou as parcerias institucionais estabelecidas para a realização das ações. “Retornando depois de quatro meses, vejo que há um trabalho integralizado junto à equipe técnica com georreferenciamento, demarcações, pesquisa, mapas, produção de mudas e, com isso, estamos vendo as ações acontecendo”, disse.
Para o engenheiro ambiental Thiago Alves, o projeto atua como um agente social para a solução de problemas pelos assentados, que atuam de forma participativa. “Um projeto como esse não envolve apenas a preservação do meio ambiente. É um projeto social por trazer a população como agente participativo nesse processo de recuperação de áreas degradadas”, afirmou.
O coordenador do Projeto, Auricélio Costa, avaliou a visita técnica como de grande importância para a realização da ação de recuperação ambiental. “É muito importante essa visita técnica por propiciar uma supervisão por pesquisadores de alto nível, possibilitar o recebimento de contribuições para as devidas correções e a incorporação de novas tecnologias de recuperação ambiental ao projeto”, disse Costa.
“Além de envolver os assentados nas atividades de recuperação de áreas degradadas e contribuir para a geração de renda das famílias beneficiadas, o projeto contribui para o processo de expedição das licenças ambientais pelo Idema e, desta forma, para a regularização ambiental destes assentamentos”, afirmou Ana Lúcia Campos, do Setor de Meio Ambiente do Incra/RN.
Programa Petrobras Socioambiental
O programa da Petrobras desenvolve ações socioambientais que articulam iniciativas que contribuem para o desenvolvimento de soluções e de alternativas transformadoras em conjunto com as políticas públicas do Governo Federal.
O objetivo é promover transformações estruturais através da integração entre a dimensão social e a questão ambiental com vistas ao desenvolvimento sustentável de comunidades.
Fonte: Portal JH
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