Apesar do alívio pela prisão dos suspeitos do crime, o aposentado Máximo Medeiros de Araújo ainda não se conforma com a "maneira brutal" como seu filho Máximo
Augusto, de 23 anos, foi assassinado. O universitário foi encontrado morto no último domingo (3) na zona rural de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, após dois dias desaparecido. Dois suspeitos foram presos nesta quarta-feira (6). Um deles confessou ter matado o estudante.
"Em parte conforta, mas independente de qualquer coisa, a forma como ele foi assassinado não justifica nada. Foi de maneira brutal. Nenhum ser humano merece ser morto daquela forma", afirma o pai. De acordo com o aposentado, a família vem se recuperando aos poucos. "Vamos retomando a vida da gente. A justiça decide isso. Eu acredito na justiça e em Deus, assim como sempre acreditei que a polícia resolveria o caso", diz.
Ao G1, o delegado Fábio Rogério afirmou que um dos suspeitos admitiu ter matado o estudante ao esganá-lo com um lençol durante um desentendimento dentro de um motel. O preso foi identificado como Jean de Araújo Rocha, de 19 anos. Depois do crime, ele levou o corpo para uma região de mata, entre Macaíba e São Gonçalo do Amarante, e desovou o corpo", acrescentou o titular da Dehom.
O outro suspeito, chamado Erick Jonatha da Silva, de 25 anos, ainda segundo o delegado, foi preso por ter ficado com o carro e alguns objetos que pertenciam ao estudante. "Ele vai responder por receptação de material roubado", afirmou Fábio Rogério.
O veículo, que posteriormente foi abandonado, foi encontrado na terça-feira (5) no bairro de Candelária, que fica perto da Delegacia de Plantão da Zona Sul de Natal. Na mala, foi encontrada a roupa de Máximo, uma calça escura e uma camisa vermelha. O corpo dele foi encontrado nu e com marcas de espancamento. A roupa é a mesma que o estudante usava no dia em que sumiu e que vestia ao posar para uma foto postada por ele numa rede social.
A identificação do corpo de Máximo só foi possível após análise das impressões digitais, exame realizado no Itep. A causa da morte, no entanto, ainda não foi oficialmente revelada.
De acordo com a Polícia Civil, Máximo esteve em uma boate na Zona Sul de Natal na madrugada do dia 1º de maio. Ele saiu da boate com duas amigas e as deixou em casa. Em seguida, seguiu para a boate Vogue, no bairro de Candelária, também na Zona Sul da capital.
Da boate, o universitário foi visto saindo com um homem que segurava um capacete. O segurança suspeitou da situação e chegou a perguntar ao estudante se estava tudo bem com ele. Ao receber uma resposta positiva de Máximo, viu o jovem deixar o local acompanhado do homem.
Câmeras de segurança de um motel próximo a boate mostram o carro de Máximo entrando no estabelecimento às 5h35 e saindo às 5h59.
Perícia
Pela manhã, o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) deu início ao trabalho mais minucioso de perícia no carro do universitário. De acordo com a perita criminal Lidyce Guerra, esta etapa tem como objetivo coletar material biológico - sangue, sêmen, fios de cabelo - que possa ajudar na identificação dos suspeitos.
O enterro do universitário aconteceu na manhã da segunda-feira (4) no cemitério de Nova Descoberta, Zona Sul de Natal. Ainda no início da semana, colegas de sala de aula e amigos do estudante fizeram uma homenagem na Universidade Potiguar (UnP), onde ele cursava Administração.
Fonte: G1
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