Em meio a uma epidemia de dengue, a cidade catarinense de Itajaí, no Vale, começou a cultivar uma planta que pode ajudar a
combater o mosquito transmissor da doença. A planta, chamada de crotalária, atrai a libélula, predadora natural do aedes aegypti.
Desde o início do ano, a cidade teve mais de 1.400 casos confirmados da doença com transmissão local, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica do estado (Dive).
Há pouco mais de um mês, o viveiro Fazenda Nativa começou a cultivar a flor. Qualquer pessoa pode retirar mudas e plantar em casa.
As libélulas predadoras atraídas pela flor também depositam ovos nos mesmos locais onde o mosquito da dengue se reproduz – qualquer lugar onde haja um eventual acúmulo de água. “As larvas da libélula também vão se alimentar das larvas do mosquito”, explica a corrdenadora do Instituto Brasil Ambiental (Ibra), Lucimara Gruzati.
As mudas podem ser semeadas em vasos e até mesmo em saquinhos plásticos. “Não precisa enterrar muito, uma leve pressão já é suficiente”, explica o monitor ambiental José Roberto Fernandes.
Ele diz que as flores também podem ser semeadas diretamente no solo – é possível jogá-las em um terreno baldio, por exemplo. As sementes germinam rápido – em cerca de 90 dias, as plantas começam a florescer.
O protético Daniel Custódio Pereira aprovou a iniciativa, que ainda não tem comprovação científica, mas tem tido bons resultados nas cidades onde é aplicada. “Tenho duas crianças em casa e me preocupo que elas venham a pegar a doença. Por isso estou sempre cuidando para que não aconteça nada”, disse ele, que levou mudas de crotalária para a casa.
Tecido repelente
Em Florianópolis, o conhecimento científico e uma experiência pessoal levaram a engenheira química Fernanda Checchinato, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a criar uma camiseta repelente de mosquitos. Ela também inventou um spray para tecidos com o objetivo de ajudar a evitar a contaminação pela dengue.
“Acho lamentável que uma doença que já foi erradicada no Brasil em 1955 possa ter voltado com uma força tão grande, com tantos recursos no mundo moderno”, diz a engenheira, que sempre foi alérgica a picadas de mosquitos.
O estudo para a criação do tecido levou dois anos. “Eu e meus familiares usamos muito a roupa”. Já o spray para tecidos é à base de água. “O princípio ativo vem do crisântemo, uma flor. Na quantidade em que está presente, não causa nenhum dano para nossa saúde. Para o inseto, sim”, diz Fernanda.
Prevenção
A dengue é uma doença infecciosa febril transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.
A Dive orienta que pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em uma cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento.
Entre as recomendações da Dive para evitar a disseminação do vírus da dengue estão evitar usar pratos nos vasos de plantas e, caso utilize, colocar areia nas bordas; guardar garrafas e objetos que possam armazenar água sempre com a abertura virada para baixo.
Também é necessário manter as lixeiras tampadas, bem como as caixas d’água. Plantas que acumulam água, como bromélias, devem ser evitadas. O acúmulo de lixo também deve ser evitado, pois pode se tornar foco do mosquito da dengue.
Além disso, é importante tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana; rolos devem ficar fechados e desentupidos. Os potes de comida e de água dos animais devem ser lavados com escova, também semanalmente.
Fonte: G1
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