Uma família fez o enterro de uma pessoa errada após o Instituto Médico Legal (IML) trocar os corpos. Somente depois do enterro, no cemitério do Tapanã, em Belém,
que a mulher da pessoa que tinha morrido descobriu o problema. O caso aconteceu no final de semana e foi registrado na Seccional da Marambaia. A direção do Centro de Perícias informou que está apurando o caso para resolver a situação e tentar amenizar os transtornos causados. O diretor do IML se reunirá com as duas famílias na manhã desta segunda-feira (4).
Ana Celia dos Santos pensava que tinha enterrado o marido, Wanderlei Washington de Oliveira Castro, de 46 anos, mas quando chegou em casa recebeu uma ligação do Instituto Médico Legal (IML). “A moça ligou pra gente. Ela não deu o nome dela, só falou que era lá do IML, que tinha dado errado lá, que o corpo que a gente tinha enterrado não era do meu esposo, era da outra família. A outra família já estava lá para querer o corpo”, conta a viúva.
A sobrinha do morto, Valdemilza Castro, conta que no momento de retirar o corpo do IML, a família não conseguiu fazer o reconhecimento. “Quando fomos retirar o corpo juntamente com a funerária, não permitiram porque o caixão já estava lacrado. Segundo o IML, porque o corpo estava muito ferido, apresentando inclusive formigas e foi lacrado em saco plástico, não foi permitido vestir, nem ter aquele cuidado final. A gente sabe que a esposa, principalmente, que está do lado todo dia sente”, afirmou Valdemiza.
Manoel Castro desconfiou que havia algo errado quando carregou o caixão do irmão e percebeu que estava pesado demais. “Isso não é normal, estava muito pesado o caixão. Ele estava muito magro, muito debilitado”, ressalta o autônomo. “A gente está velando uma pessoa pensando que é o irmão da gente. Depois ao chegar em casa chega a notícia que o corpo não era do meu irmão”, disse ainda.
O corpo enterrado no cemitério do Tapanã, na verdade era de outra pessoa, Erineu dos Reis, um idoso de 75 anos que morreu de ataque cardíaco. A família dele, boa parte do município de Vigia, já estava toda em Belém, a espera do velório.
Iranildo, um dos filhos de Irineu dos Reis, foi buscar o corpo do pai e foi informado da troca. “Eu cheguei com o carro no IML e procura, procura. Pediram uma foto pra mim, pra identificar o corpo dele. Eu dei a foto da identidade dele. Procuraram e não acharam. Aí deu para notar que tinha alguma coisa errada pelo semblante dela. Disse: olha, esse senhorzinho já foi embora, já deu saída daqui. Foi outra família que levou ele, inclusive já foi até sepultado”, conta Irineu.
O caso foi registrado na Seccional da Marambaia. Funcionários do instituto Médico legal foram chamados para prestar esclarecimentos sobre a troca dos corpos.
As duas famílias voltaram ao IML para conversar com a equipe médica e plantão e tentar saber como será resolvido o problema. “Nós tentaremos uma inciativa junto a coordenação da liberação de corpos, para que não haja mais trauma, mais dor para as famílias”, afirmou Thiago Moreira, advogado da família Reis.
O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves informou que os familiares realizaram o reconhecimento e identificação do corpo como sendo do senhor Wanderlei Washington de Oliveira Castro, que morreu de causas naturais. Mas, de acordo com o Renato Chaves, eles levaram o corpo errado, sendo descoberta a troca quando os familiares do senhor Erineu dos Reis foram ao Instituto Médico Legal liberar o seu corpo.
Fonte: G1
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