Após a polêmica gerada por um vídeo que mostra gansos sendo utilizados na segurança da Penitenciária Regional Luiz Gonzaga
Rebelo, em Esperantina, no Norte do estado, o diretor da unidade penitenciária, Agnaldo Lima, disse neste sábado (2) que o uso dos animais é eficaz e que eles já ajudaram a abortar uma fuga.
“Uma fuga já foi abortada com ajuda dos gansos porque o policial de guarda estava do outro lado observando, quando o animal alarmou. O policial correu para lá e havia cinco presos fora dos pavilhões e um deles estava quase pulando o muro. Desde então, não tivemos nenhuma fuga”, afirmou ao G1.
Segundo Agnaldo Lima, que é o diretor interino da penitenciária, os gansos continuarão a ser usados para suprir o número insuficiente de agentes penitenciários e policiais militares na unidade.
“Os animais vão continuar lá porque esta repercussão não fui ruim. É uma maneira que achamos de alertar para o problema. Com eles, não corre risco a vida de ninguém e nem os animais estão em locais impróprios. Eles são gansos de criatórios, têm espaço para correr de um lado a outro a vontade. Não temos a pretensão de tirá-los, a não ser que seja uma determinação da Secretaria de Justiça, pois estão somando e não tem o que se mexer", contou.
Atualmente um único policial fica responsável pela vigilância de todo o perímetro do presídio, que tem quatro guaritas, a maioria delas sem cobertura. O ideal seriam quatro PMs trabalhando ao mesmo tempo, um em cada ponto de observação. Agnaldo Lima concordou quando perguntado se o ideal não seria aumentar o número de agentes e PMs na vigilância da unidade prisional.
Parte das guaritas da penitenciária está sem cobertura e PMs ficam no sol (Foto: Divulgação/ Sinpoljuspi)
“Precisamos, no mínimo, de mais três agentes de plantão. Como há quatro guaritas, o ideal seriam 12 militares, que ficariam quatro de vigilância e oito de folga para fazer revezamento a cada duas horas, porque o PM trabalha duas horas e folga quatro durante 24 horas. Isso se dá porque eles ficam duas horas em pé em cima do pavilhão. Não tem negócio de estar sentado, ele tem que estar alerta. É muito estressante, principalmente durante o dia, por conta do sol”, contou.
Superlotação e morte
Só em 2015 foram registradas 10 mortes dentro das unidades prisionais do Piauí. Conforme o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), a maioria dos assassinatos é resultado do confronto entre os detentos. A superlotação é um agravante: são 2.108 vagas para 3.550 presos. Outro problema é a deficiência do sistema, o estado tem 14 presídios e cerca de 600 agentes penitenciários.
Segundo o sindicato, o número de agentes é pouco para fazer o trabalho. Para Sinpoljuspi, o necessário seriam 1.200 agentes.
Fonte: G1
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