A Guiné sofreu um revés em sua luta contra o ebola com o surgimento de uma série de novos casos, incluindo três médicos contaminados pelo vírus, o que as
autoridades afirmaram ser culpa da fraca vigilância e da não obediência a procedimentos de segurança.
O surto, que começou no leste da Guiné há mais de um ano e matou mais de 10 mil pessoas nos três países mais afetados na África Ocidental, parecia estar em declínio, mas a Guiné registrou um aumento no número de casos por três semanas seguidas, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.
Um relatório médico do governo sobre o último fim de semana mostrou o surgimento de 21 novos casos em apenas um dia, um salto em relação à média de oito novos casos diários que vinha sendo registrada recentemente.
O presidente Alpha Condé disse nesta terça-feira (17) que deve ser feito de tudo para que o surto esteja encerrado até meados de abril, quando está marcada uma reunião com doadores.
O fim do surto de ebola pode representar uma retomada para a economia da Guiné, fortemente dependente do setor minerador, que foi duramente afetado pela epidemia, responsável por afugentar os investidores, segundo o presidente.
“Com o ebola, é mais fácil ir de 100 casos para 10 casos do que de 10 casos para zero. Para erradicar a doença, precisamos de dez vezes mais esforços do que quando o surto estava em seu pico”, disse ele.
Novas contaminações
Um grande número de novas contaminações podem ser remetidas a somente uma mulher que morreu de ebola e não foi sepultada com segurança, de acordo com Fatoumata Lejeune-Kaba, porta-voz da missão emergencial de resposta ao ebola da ONU (UNMEER, na sigla em inglês).
“É um grande revés... Se deve a comportamentos individuais. Isso está tendo um efeito devastador sobre a comunidade. As pessoas simplesmente não estão praticando as regras de segurança sobre as quais temos falado por um ano”, disse ela à Reuters.
Serra Leoa também observou um aumento de novos casos, enquanto a Libéria não possui casos conhecidos atualmente e aguarda o prazo para ser declarada livre da doença.
Os novos casos na Guiné estão localizados na capital e na cidade de Forecariah, no sudoeste do país.
Três médicos foram infectados no hospital Ignace Deen, em Conacri, que não é um centro de tratamento para o ebola. Mais de 50 médicos já contraíram o vírus ao longo da epidemia na Guiné.
Fonte: G1
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