O Dia Internacional da Mulher é comemorado neste domingo (8). O momento é lembrado pela importância das mulheres em lutar pelos mesmos direitos que os
homens. A equipe do Portal No Ar entrevistou três mulheres de diferentes idades, que conseguiram conquistar o seu espaço e dão lições de vida para as pessoas.
A cearense Irmã Lúcia Montenegro dedicou a vida inteira para cuidar das crianças. Aos 90 anos coordena a Casa do Melhor Trabalhador, que reúne mais de 1000 crianças, fornecendo aulas de Ensino Fundamental, Ensino Médio e cursos profissionalizantes. Nasceu em Quixadá e passou a infância em Fortaleza. A religião sempre esteve presente em sua vida.
“Todos os dias vou a Catedral Metropolitana participar das missas. Gosto bastante”, afirmou Montenegro, que vai acompanhada de Bob, cachorro da raça poodle de seis anos e um dos grandes companheiros da idosa.
Aos 21 anos se tornou freira e foi encaminhada para Natal com a finalidade de cuidar dos jovens. “Tinha um terreno vazio com apenas uma mangueira e de baixo dela comecei a educar os meninos de rua. Quando a providencial descobriu que estava educando os garotos embaixo dessa árvore, eles deram o terreno”, comentou.
Com a benção de São José, patrono da escola, no mês de outubro de 1987, a casa foi inaugurada. “Nunca faltou, graças a Deus, ajuda. A Casa do Menor está crescendo cada vez mais tanto fisicamente quanto na parte educacional”, relatou a senhora, que fica feliz “por ter grandes amigos que ajudam a manter a Casa do Menor”
Uma de suas maiores felicidades é ver uma criança que saiu da Casa do Menor e ser alguém bem sucedido na vida. A idosa mostrou que uma das coisas que mais lhe emociona é a gratidão dos jovens por fornecer um bom ensino a eles. “As crianças sempre vem me abraçar bem forte e isto eu entendo que é uma forma de agradecimento. Gosto muito de criança, sempre gostei”, disse.
Irmã Lúcia Montenegro avalou que a importância do Dia da Mulher é um momento de mostrar que o mundo moderno está conscientizando para tratar as mulheres com respeito. “ Ela não é inferior ao homem, porém deve trabalhar em pé de igualdade e tem que dar sua contribuição para a sociedade”, justificou.
Por falar em “contribuição com a sociedade”, a Polícia Militar é conhecida por realizar serviços voltados para a comunidade e cada vez mais mulheres estão querendo trabalhar como policial. Na década de 90, a instituição recebeu as primeiras integrantes do sexo feminino. Dando oportunidades para diversas pessoas, como a Comandante da Companhia Feminina, Soraia Castelo Branco, com 17 anos de carreira e incentivada pelo marido policial (na época era noivo).
“Muito importante que tenha o Dia Internacional da Mulher, pois para mim é um reconhecimento profissional. Nenhuma mulher escolheu ser policial em vão, pois elas realmente gostam do que faz”, comentou a capitã. Após ter passado no concurso, ficou na Academia de Policia por três anos, numa turma de 10 mulheres e 40 homens. Todas passaram e ainda continuam trabalhando na corporação.
Capitã Soraia já trabalhou na equipe de formação dos Praças e Soldados, e também na Diretoria de Finanças. Hoje a Companhia tem 34 oficiais e a Polícia Militar do Rio Grande do Norte conta com 200 policiais femininas.
“Acredito que hoje em dia a Polícia Militar não seria a mesma coisa sem a participação das mulheres. Conseguimos ocupar um espaço e respeito dentro da instituição e na sociedade”, disse a Comandante. Castelo Branco acredita que a tendência é crescer cada vez mais a quantidade de mulheres policiais.
Mãe de dois filhos, ao ser questionada sobre se possui dificuldade em conciliar a carreira de policial, a capitã Soria comentou que consegue. “Nós mulheres temos a capacidade de conseguir conciliar a vida particular e profissional. Acredito que somos polivalentes”, explicou.
Denélica Guedes é engenheira civil, teve a dificuldade de conciliar o início da carreira com o fato de ter sido mãe bastante jovem, aos 17 anos. “Minha vida teve várias coisas de uma vez, faculdade, filho… Foi muita mudança ao mesmo tempo. A sorte é que tive o apoio da minha família, principalmente a minha mãe. Eu sabia que isso era o meu futuro e a minha profissão. Foi um grande mérito me formar junto com a turma que entrei”, relembrou.
Além disso, ela ingressou num curso universitário que a maioria dos alunos são do sexo masculino. Um fato peculiar que em 1997, ano que ingressou na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), metade da turma era composta por mulheres.
“Alguns até chegam a brincar com a nossa placa de formatura: ‘Isso pertence ao curso de Arquitetura’. Hoje a gente vê mais mulheres na turma e o preconceito foi diminuindo. Elas estão cada vez mais aderindo aos cursos que gostariam de fazer”, observou a engenheira, que começou a carreira devido à sua facilidade por cálculo e o interesse em montar prédios.
Inicialmente, a inserção no mercado de trabalho foi um pouco complicada. “Muitos estágios exigiam a presença de pessoas do ‘sexo masculino’. Inicialmente, eu entrei numa empresa que estava construindo um hipermercado na cidade e depois passei a estagiar nesta que estou até hoje. Depois que vivenciei a experiência de trabalhar com a construção civil, foi uma identificação total e me apaixonei pela área”, garantiu a profissional.
Atualmente, Guedes coordena uma equipe de 120 pessoas na construção de um condomínio de três torres. O estudante de Engenharia Civil, Felipe Magnus, é estagiário da empresa e elogia o trabalho de sua chefe. “Eu gosto de trabalhar com ela, pois as mulheres são mais pacientes e tem cuidado para explicar os detalhes das obras e tirar algumas dúvidas das futuras etapas das obras que ainda não começaram, como a parte de pavimentação e coberta”, garantiu.
De acordo com a engenheira, o mais bacana da profissão é ver algo que ajudou a construir nas ruas e o fato de ter a oportunidade deixar algo que pode durar uma vida inteira. Ao ser questionada se o filho dela, com 17 anos, pretende ingressar na engenharia, Guedes respondeu que sim, porém não sabe em que área específica.
Além de ter conseguido ter uma carreira bem sucedida e conseguir criar o seu filho, Denélica comenta que o importando do Dia Internacional da Mulher é mostrar que elas são capacitadas em aderir a diversas profissões, incluindo aquelas consideradas “masculinizadas”. “Eu acredito que cada vez mais as mulheres estão provando que se tiverem vontade e determinação, elas conseguem exercer todos os papéis que quiseram, pode ser na engenharia ou nos campo de petróleo.O importante para profissão é a vocação e gostar do que fazer”, afirmou.
Fonte: Portal Noar
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!