sexta-feira, março 27, 2015

Moradores amarram suspeito de tentar roubar carro em Sorocaba

Suspeito de assaltar foi amarrado por moradores em Sorocaba (Foto: Arquivo pessoal)Um homem de 25 anos foi rendido e preso por moradores no bairro Jardim Santa Rosália, em Sorocaba (SP), quando tentava roubar um carro. O suspeito foi dominado e agredido pelas pessoas, que o amarraram até a
chegada da polícia.
O crime aconteceu no dia 21 de março, na rua Olavo Bilac. Segundo informações do boletim de ocorrência, um vendedor de carros de 35 anos estava manobrando o veículo quando foi abordado pelo homem, que afirmou estar armado e exigiu a entrega da aliança. O suspeito ordenou ainda que a vítima passasse para o banco do passageiro para poder levar o carro.
O patrão da vítima percebeu a ação e começou a gritar, chamando atenção de moradores que passavam pelo local. Em depoimento à polícia, uma testemunha contou que eles correram atrás do suspeito até alcançá-lo na rua Aparecida.
A testemunha afirmou aos investigadores que o homem ficou fazendo ameaças e se batendo no chão, o que dificultou a prisão. Ele foi amarrado com uma corda e acabou ficando apenas de cueca na calçada.
O grupo fugiu quando a viatura da Polícia Militar chegou. No local, ficaram apenas as vítimas, a testemunha e o suspeito. Ele afirmou que tinha usado LSD e sido agredido. Reclamou ainda de dores e dificuldades para respirar.
De acordo com o boletim de ocorrência, nenhuma arma foi encontrada com o homem. O anel roubado também não foi localizado. Já o carro foi entregue para a vítima.
Após o registro da ocorrência de flagrante por roubo no Plantão Norte, o suspeito recebeu atendimento na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Norte e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML).
O laudo apontando as possíveis agressões deve ficar pronto em uma semana. O homem foi encaminhado para a Cadeia Pública de São Roque (SP) e transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Aparecidinha, em Sorocaba (SP). Segundo a polícia, ele não tinha antecedentes criminais.

Suspeito disse à polícia que foi agredido pelos moradores em Sorocaba (Foto: Arquivo pessoal)Suspeito disse à polícia que foi agredido pelos moradores em Sorocaba (Foto: Arquivo pessoal)

Não reagir
O delegado titular da 1º Distrito Policial (DP), Silvio Miguel Marques Vincentim, destaca que a orientação da polícia é não reagir em casos de roubos. "Geralmente, os criminosos agem em dupla nestes casos. Ele poderia realmente estar armado, como fez menção durante a abordagem, ou ter um comparsa usando uma arma. Apesar de a lei garantir que qualquer pessoa possa realizar uma prisão, é um risco que as pessoas correm ao reagir em assaltos", afirma.
Ele destaca, entretanto, que o fato de o ladrão estar sob efeito de drogas pode ter facilitado a prisão por parte dos populares. Vincentim diz ainda que, se for identificado um excesso, os moradores também poderão responder por agressão. "É normal que haja hematomas durante a prisão, mas, se após ser rendido, alguém agredir o criminoso, esta pessoa também pode responder na Justiça", acrescenta.
Um criminoso agredido deve relatar o caso à polícia após a identificação do agressor, para que um processo seja aberto.
Onda de intolerância
Só no primeiro semestre de 2014, 50 pessoas foram vítimas de linchamentos. Os três estados com maior número de casos foram São Paulo (11 crimes), Rio de Janeiro (7) e Rio Grande Norte (5). O G1 produziu um especial com as reportagens sobre os crimes.
Em São Paulo, o professor de história André Luiz Ribeiro, 27, sobreviveu a um linchamento. Confundido com um ladrão, ele foi salvo por uma breve aula sobre Revolução Francesa a um dos bombeiros que o resgataram.
Dois homens, o dono de um bar assaltado e seu filho, chegaram em um Fusca vermelho, desceram e começaram a espancá-lo. O homem dizia que André tinha assaltado seu bar. Ele foi imobilizado, acorrentado e agredido, mesmo dizendo ser inocente e professor. Aos dois homens, somaram-se de 15 a 30 pessoas. Tentaram quebrar suas pernas.
No Rio de Janeiro, um adolescente de 15 anos foi encontrado com uma tranca de bicicleta, pelo pescoço, amarrado a um poste no Aterro do Flamengo. O menor disse que cerca de 30 homens, que chegaram ao local em motocicletas ameaçaram matá-lo. Segundo a polícia, o rapaz tem passagens por atos infracionais análogos a roubos e furtos.
No DF, moradores de Ceilândia tentaram linchar um adolescente de 14 anos que atropelou e matou uma mulher após pegar o carro do pai escondido, em fevereiro do ano passado. A vítima, Maria Vilany Mota, de 70 anos, morreu no local.
Segundo a polícia, o jovem abandonou o carro e fugiu. Revoltadas, as testemunhas danificaram o veículo com chutes. O automóvel não estava com o licenciamento em dia e foi recolhido ao depósito do Detran, de acordo com a polícia.

Fonte: G1

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