Um ano depois do desaparecimento do voo MH 370 da Malaysia Airlines, a indústria da aviação tenta desenvolver mecanismos que impeçam outro caso assim se repetir.
A aeronave, um Boeing 777-200, sumiu com 239 pessoas a bordo em 8 de março do ano passado, 40 minutos depois de ter decolado de Kuala Lumpur para Pequim.
É um dos episódios mais misteriosos da história da aviação. Os destroços jamais foram encontrados –as buscas continuam.
Na última sexta-feira (6), a Icao (Organização Internacional de Aviação Civil, na sigla em inglês), entidade ligada à Organização das Nações Unidas, disse pretender que, até 2016, os aviões tenham um sistema que informe a sua posição geográfica a cada 15 minutos; até 2021, a intenção é que o monitoramento seja a cada um minuto.
Tomada em fevereiro, a proposta foi resultado de um grupo de trabalho formado depois do acidente. Hoje, as aeronaves são monitoradas a cada 30 ou 40 minutos sobre o mar ou noutras áreas sem cobertura de radar terrestre.
Ainda haverá uma votação na Icao a respeito do tema, no segundo semestre.
Entre companhias aéreas e órgãos reguladores há o consenso de que rastrear todos os 90 mil voos em todo o mundo seria muito caro, especialmente para países em desenvolvimento, e traria benefícios limitados.
A indústria da aviação entende que o voo 370 foi uma anomalia que provavelmente não se repetirá.
A partir da obrigação de rastreamento, caberá a cada país implementar as regras. Austrália, Indonésia e Malásia já anunciaram planos de testar mecanismos de monitoramento.
A britânica Inmarsat, que provê dispositivos de monitoramento via satélite, disse que 90% dos aviões em voos de longa distância –ou 11 mil aeronaves– contam com rastreamento nos moldes do que propôs a Icao.
Ainda assim, a empresa anunciou nesta semana que está trabalhando com uma empresa da Austrália para aprimorar a tecnologia.
O desaparecimento do voo da Malaysia pôs em xeque a confiança do público na indústria da aviação, reconhece a própria Icao, embora seja um evento que ocorre a cada 100 milhões de voos.
Editoria de Arte/Folhapress |
"Ainda assim, nossa comunidade reagiu à perda de forma cooperativa e como uma questão de alta prioridade", disse a entidade.
BUSCAS
O desaparecimento do Boeing 777 dificulta o principal objetivo de uma investigação de um acidente aéreo: evitar que outro aconteça pelas mesmas razões.
As buscas ocorrem no oceano Índico, em uma área de 60 mil quilômetros quadrados, a 1.800 quilômetros da Austrália, onde um grupo de investigadores que analisou as últimas transmissões do avião acredita que o avião possa ter caído.
Mais de 40% da área foi verificada; o perímetro, chamado de zona de buscas prioritária, será coberto em maio, num investimento de US$ 60 milhões. A tentativa de localização se dá com quatro navios equipados com sonares.
Fonte: Folha de São Paulo
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