Pelo menos 13 civis morreram nesta quinta-feira (26) no Iêmen em um bombardeio de um caça saudita contra o bairro de Bani Heuat, no
norte da capital Sana.
Cinco casas foram destruídas pelo impacto de um projétil, que aparentemente estava dirigido contra o aeroporto internacional de Sana - controlado pelo movimento xiita dos houthis -, mas errou sua trajetória.
A aviação saudita bombardeou a base aérea de Al-Daylami e o aeroporto internacional da capital iemenita, assim como o complexo presidencial que está sob poder dos rebeldes desde janeiro. Um incêndio foi registrado no palácio presidencial.
Os bombardeios começaram pouco depois que Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar e Bahrein decidiram responder ao pedido do presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, de atuar militarmente para conter o avanço dos rebeldes houthis.
Várias pessoas também ficaram feridas em Beni Heuat, onde as equipes de resgate trabalham para retirar as vítimas, entre as quais há mulheres e crianças, de debaixo dos escombros.
Segundo a emissora de televisão "Al Masira", do movimento houthi, também houve bombardeios contra o bairro Al-Sabaha, no oeste da capital. A emissora fez um pedido aos médicos para que se dirigissem com urgência aos hospitais e aos moradores para que doassem sangue.
Carros destruídos são vistos após ataque aéreo saudita perto do aeroporto de Sana, no Iêmen, nesta quinta-feira (26) (Foto: Mohammed Huwais/AFP)
Os houthis conseguiram chegar às portas da cidade de Áden, onde Hadi estabeleceu seu governo após fugir de Sana, o que desencadeou esta operação regional.
O presidente iemenita, que se encontra em paradeiro desconhecido, tinha pedido tanto à ONU como aos países árabes uma intervenção militar para fazer frente à ofensiva do movimento xiita.
Ao anunciar sua campanha, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar e Bahrein, membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), ressaltaram que "o golpe de Estado" dos houthis e seu avanço representam uma ameaça para a segurança e a estabilidade do Iêmen e da região.
Participações
O Egito confirmou confirmou que participa na coalizão e que pensa em "preparar a participação de uma força aérea e naval, além de uma força terrestre se for necessário", segundo um comunicado do ministério das Relações Exteriores publicado no Cairo.
"O Egito anuncia o apoio político e militar à ação da coalizão dos países que apoiam o governo legítimo do Iêmen", afirma a nota oficial.
A Jordânia também confirmou participação na intervenção militar no Iêmen contra as milícias xiitas huthis e os militares leais ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh.
O governo do Irã, no entanto, condenou a intervenção militar árabe contra os rebeldes xiitas huthis e chamou a operação de "iniciativa perigosa que viola as responsabilidades internacionais e a soberania nacional".
"A ação militar vai complicar ainda mais a situação, aumentar a crise e acabar com as possibilidades de uma solução pacífica das divergências internas no Iêmen", afirmou a porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Marzieh Afkham.
A Casa Branca informou que os Estados Unidos estão coordenando estreitamente com os sauditas e seus aliados no Golfo as ações militares contra os rebeldes huthis no Iêmen.
"O presidente Obama autorizou o fornecimento de apoio logístico e de inteligência às operações militares do CCG" no Iêmen, disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Bernadette Meehan, se referindo ao Conselho de Cooperação do Golfo.
A porta-voz destacou que as forças americanas não atuam diretamente nas operações militares no Iêmen, apenas "estabeleceram uma Célula de Planejamento Conjunta com a Arábia Saudita para coordenar o apoio americano em matéria de inteligência militar".
Fonte: G1
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