O número de assaltos a ônibus na Grande Natal não para de aumentar. Na noite deste domingo, mais um caso foi registrado, desta vez em
Parnamirim, próximo do Parque de Exposições Aristófanes Fernandes. O que chamou atenção é que mais uma vez os criminosos preferiram utilizar facas ao invés de uma arma de fogo.
Na ocorrência desta sexta, os criminosos anunciaram o assalto logo que subiram no veículo, que estava com poucos passageiros. Os suspeitos recolheram os pertences e dinheiro do motorista – que também estava fazendo o trabalho de cobrador – e depois fugiu. Na semana passada, outros três casos com as mesmas características foram registrados. O primeiro assalto aconteceu na avenida Bernardo Vieira, uma das mais movimentadas da capital potiguar, em um trecho que passa pelo bairro das Quintas. Os criminosos subiram em um ônibus da linha 73, que faz o trajeto Santarém/Ponta Negra. Usando um facão, um homem rendeu o cobrador do veículo e levou dinheiro.
Já o segundo foi em um ônibus da linha 54, já nas imediações da vila de Ponta Negra. Quatro homens e duas mulheres armados com facas subiram no veículo e realizaram um arrastão, recolhendo os pertences dos passageiros e o dinheiro do cobrador. O fato curioso desse último crime é que ele aconteceu a cerca de 200 metros da 15ª Delegacia de Polícia Civil, que atende o bairro de Ponta Negra. O último ocorreu no dia 24, na linha 48, que liga os bairros de Santos Reis e Nova Descoberta. Segundo a PM, três bandidos usaram facas para ameaçar os passageiros que estavam no veículo. Eles recolheram pertences das vítimas e o dinheiro que estava com o cobrador, fugindo na sequência.
Para o delegado Herlânio Cruz, titular da Delegacia de Furtos e Roubos (Defur), um dos motivos por essa “migração” dos criminosos para as armas brancas é a dificuldade que os criminosos estão encontrando para comprar armas de fogo. “A fiscalização da venda de armas de fogo aumentou bastante. Além do combate as vendas ilegais dessas armas. Isso fez com que o preço desse armamento no mercado negro aumentasse bastante. Sabemos que a maioria dos bandidos que fazem esses assaltos são pessoas que querem o dinheiro para usar drogas, ou seja, que não têm muito dinheiro. Por isso eles não conseguem pagar o valor de uma arma de fogo e escolhem utilizar arma branca, que é muito fácil de se conseguir”, explicou.
Ainda de acordo com Herlânio, a maioria dos assaltos a transportes coletivos são realizados por adolescentes que ainda estão “começando” no mundo do crime. “Nós sabemos que os adolescentes têm bem mais dificuldades em conseguir comprar uma arma de fogo. Por isso eles escolhem as facas. Eles sabem que dificilmente alguma vítima vai reagir, independentemente se for utilizado uma arma de fogo ou arma branca”. Em um dos casos que a vítima reagiu aconteceu com o ônibus da linha 10/29. O criminoso, que era um jovem de 19 anos, entrou no coletivo e foi em direção ao motorista. Depois de recolher o dinheiro do caixa, ele alegou que o trabalhador estaria escondendo o restante do valor. Durante a discussão, a vítima reagiu e foi atingida no peito. Quando o suspeito desceu do veículo, ele foi interceptado por guardas municipais que passavam pelo local. Depois de receber atendimento médico, o motorista foi liberado e passa bem. “Sei que muita gente pensa em reagir, principalmente que o criminoso vai agir com uma faca, mas reforçamos que isso não deve ocorrer. Temos vários exemplos de pessoas que reagiram e que acabaram se ferindo gravemente”.
Fonte: Portal JH
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