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segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Reeleito, Renan Calheiros defende reforma política e agenda econômica

O atual presidente do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tenta a reeleição (Foto: Reprodução/TV Câmara)Após ser reeleito presidente do Senado Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse neste domingo (1º) que sua prioridade no novo mandato é encontrar
consenso para votar a reforma política e as medidas de ajuste fiscal do governo “sem abrir mão das conquistas do povo brasileiro”.

“Os senadores tomaram posse hoje, um terço do Senado, e esperamos construir um consenso para que tenhamos uma agenda econômica e façamos num curto espaço de tempo a reforma política”, afirmou.
Com 49 dos 81 votos, ele foi reconduzido para dois anos no comando do Senado. O outro candidato, Luiz Henrique (PMDB-SC), obteve 31 votos; um senador votou nulo.
No dircuso após a vitória, Renan defendeu que as mudanças nas regras eleitorais sejam primeiro aprovadas pelo Congresso para depois serem submetidas a referendo popular e não o inverso, com plebiscito, como já propôs o governo. Na economia, pregou “maior diálogo com setores produtivos e com a sociedade organizada”.

Renan ainda aproveitou o dircurso para agradecer aos colegas pela “renovação da confiança”. “Me obriga a redobrar o trabalho, triplicar o ânimo, quadriplicar a vontade de acertar para corresponder ao crédito que me foi concedido pelos senadores”, afirmou.
O presidente também agradeceu ao seu partido, o PMDB, que, segundo afirmou Renan, garante a ele “estabilidade”. “Como fiador do modelo democrático, o partido atua para o equilíbrio do poder e repele qualquer pendor hegemônico onde quer que ele esteja camuflado”, disse. Calheiros ainda afirmou que “a disputa é sempre saudável porque ela fortalece e encoraja a instituição”.
Este será o quarto mandato de Renan Calheiros na presidência do Senado. O primeiro foi em fevereiro de 2005. Foi reconduzido em 2007, mas acabou renunciando ao cargo em meio a denúncias de que usou dinheiro de lobista para pagar pensão de uma filha fora do casamento. Reeleito senador, foi escolhido novamente para a presidência em 2013.
Nos últimos dois anos em que esteve à frente do Senado, Renan teve confrontos com o Supremo Tribunal Federal (STF), ao qual acusou de interferir nos trabalhos do Legislativo, e ajudou o Palácio do Planalto a garantir a aprovação de projetos importantes, como a Lei dos Portos e a alteração da meta de superávit de 2014.
Disputa contra Luiz Henrique
No discurso após a proclamação do resultado da eleição, Renan fez uma menção a Luiz Henrique “pela correção e espírito público verificado ao longo de sua trajetória”. “A disputa agora já é passado e todos nós ansiamos pelo futuro. Serei presidente de todos os senadores, como demonstrado nos últimos anos, desejo renovar meu firme compromisso pela autonomia e independência do Senado”, declarou.
Embora Renan tenha oficializado sua candidatura a somente dois dias da eleição, ele já havia começado a costurar apoio ao seu nome ainda no final do ano passado. A demora foi criticada por vários partidos e levou o PSB a lançar o senador Antonio Carlos Valadares (SE) na última segunda-feira (26).
Em seguida, o peemedebista Luiz Henrique também decidiu concorrer ao cargo com apoio da oposição. Desde o início do ano, DEM e PSDB procuravam articular um nome alternativo do próprio PMDB para enfrentar Renan, uma vez que cabe ao partido com maior número de assentos (o PMDB tem 19) indicar o presidente da Casa.
Henrique foi lançado por dissidentes do PMDB, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Waldemir Moka (PMDB-MS), e acabou recebendo apoio dos partidos de oposição DEM, PSDB, PPS, PSOL e PSB e de senadores da base governistas considerados “independentes”, como Ana Amélia (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-AP). O PSB retirou a candidatura de Valadares e aderiu ao peemedebista.
Na última sexta-feira, a bancada do PMDB, por 15 votos dos 19 integrantes, decidiu apoiar formalmente a candidatura de Renan Calheiros em detrimento da de Luiz Henrique, o que recebeu apoio do PT. Na ocasião, o presidente disse que o Congresso não caminha por “projetos pessoais e candidaturas avulsas” e que era preciso “aceitar” as indicações partidárias. Ainda que sem aval do partido, Luiz Henrique deu prosseguimento à candidatura.

Fonte: G1

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