Quase cem obras de arte e antiguidades sírias saqueadas pelo Estado Islâmico têm sido contrabandeadas no Reino Unido e seus lucros convertidos em fundos
para sustentar as atividades do grupo extremista, reportou o Times nesta quarta-feira (25/02).
Vendidos em Londres, esses itens vão desde moedas do Império Bizantino feitas de ouro e de prata até potes, vasos e vidros datados da época do Império Romano que, juntos, valem milhões de dólares.
A imprensa britânica compara esse fenômeno à indústria dos “diamantes de sangue” da África. Trata-se de um termo usado para a extração de pedras preciosas em zonas de guerra que são posteriormente vendidas para financiar ainda mais os conflitos. Exemplos disso são as guerras civis em Angola, Costa do Marfim e Serra Leoa.
“Observa-se um saqueamento intenso nas áreas controladas pelo Estado Islâmico. Já é um senso comum: o grupo controla o contrabando”, comenta ao Times o arqueologista Michael Danti, da organização Syrian Heritage Initiative.
Especula-se que esses artefatos sejam encaminhados via Turquia, Jordânia e Líbano, rotas comuns para contrabandistas de armas e drogas. O transporte na Síria é relativamente fácil, em vista de que o país está mergulhado em um caos humanitário que já resultou na morte de ao menos 200 mil pessoas e no deslocamento de milhares. A guerra civil entre forças opositoras e tropas de Bashar al Assad se arrasta pelo quarto ano sem perspectivas de resolução.
Contudo, o mercado da arte não é o única fonte de renda para a organização islâmica. No califado instalado em zonas petrolíferas entre Iraque e Síria, o Estado Islâmico ainda fatura cerca de US$ 2 mi (RS 4,95 mi) por dia com a venda de petróleo no mercado negro. O grupo extremista produz entre 50 e 60 mil barris diariamente, segundo a empresa de dados norte-americana IHS. Por ano, tal quantia representa um ganho de até US$ 800 milhões.
Fonte: Opera Mundi
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