Segundo sondagem especial lançada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), o número de
empresários da indústria que afirmam estar endividados ou no limite financeiro atingiu 50% em 2014. De acordo com o balanço, o número é 10% maior do que o último registro, em 2012.
O levantamento detalhou que dentre os entrevistados, 17% revelaram estar acima do limite de endividamento, enquanto 33% afirmaram estar no limite máximo antes de se endividar. Ainda segundo a pesquisa, 29% dos empresários alegaram estar abaixo do limite para endividamento, e 9% afirmaram não estar endividados. Dos entrevistados, 12% preferiram não responder às perguntas.
Os números potiguares são maiores do que a média nacional, onde 37% dos industriais confirmaram estar endividados ou beirando o limite da crise.
De acordo com os empresários, um dos motivos para a crise no setor é a dificuldade e a burocracia excessiva para a obtenção de crédito junto aos bancos. Segundo 48% das empresas entrevistadas pelo levantamento, as exigências de documentos e renovação de cadastros foram os principais empecilhos para obtenção de crédito.
Em seguida, aparece a falta de linhas adequadas à necessidade da empresa, com 46% das citações, percentual maior que o observado em 2012 (40%). Em terceiro lugar figura as exigências de garantias reais, com 38% das indicações, mesmo percentual de assinalações observado no levantamento de 2012.
Para a Fiern, a busca por linhas de financiamento proporciona não apenas a realização de novos investimentos, como também a operacionalização da empresa em situações de crise. A necessidade de crédito se agrava mais em um cenário de dificuldades, o que se traduziu em aumento do endividamento das empresas potiguares. As taxas de juros pagas pelas empresas por empréstimos de curto ou longo prazos também aumentaram.
Capital próprio e taxas altas de juros são marcas do setor
O balanço da Fiern apresentou algumas peculiaridades da indústria potiguar no ano passado, que foram relevantes no resultado obtido pelo levantamento.
O capital próprio foi uma destas características e manteve-se na liderança do ranking das formas de financiamento das empresas industriais potiguares, embora o percentual de respostas tenha caído de 69% em 2012 para 66% em 2014. Os empréstimos e financiamentos bancários continuam na segunda colocação, com 61% das indicações (contra 59% de 2012). Em terceiro lugar aparece o crédito de fornecedores/clientes, com 35% das citações (contra 47% de 2012).
No segundo trimestre de 2014, os empresários potiguares foram solicitados a avaliar se as taxas de juros dos empréstimos de curto e de longo prazos estavam menores, iguais ou maiores, na comparação com o trimestre anterior. Entre as empresas respondentes, 41% apontaram que as taxas de juros dos empréstimos de curto prazo aumentaram, 35% opinaram que as taxas eram iguais, 5% acreditavam que as taxas caíram no período e 20% não responderam à questão.
Quanto à avaliação sobre as taxas de juros dos empréstimos de longo prazo, observam-se os seguintes resultados: 43% das empresas apontaram aumento nas taxas de juros, 30% declararam que estavam iguais, 2% reportaram que os juros recuaram no período em análise e 25% não responderam à questão.
Fonte: O Mossoroense
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