As chuvas dos últimos dias no Nordeste podem indicar uma boa notícia a todos aqueles que dependem de um bom inverno na região. Segundo o meteorologista
da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bistrot, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) tem trazido nuvens carregadas formadas no oceano Atlântico Sul.
Caso o fenômeno persista até o mês de maio, quando chega ao fim o inverno nordestino, a estação este ano pode ser de volume de chuvas dentro da média do período. O meteorologista explica que a ZCIT, onde se situa boa parte do Brasil e toda a região Nordeste, é a área mais quente do planeta, e influi diretamente no regime de chuvas porque é onde os ventos dos hemisférios Norte e Sul da Terra se encontram.
"Temos registrado aumento na umidade na porção sul do oceano Atlântico. Essa umidade tem sido trazida para o Nordeste e, se continuar assim de fevereiro a maio, o inverno na região pode apresentar volume de chuvas dentro da média para o período", explica o meteorologista.
Gilmar Bistrot conta que os efeitos do aumento da umidade no Nordeste nos últimos dias serão um fator analisado na terceira e última reunião do XVII Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, entre meteorologistas e pesquisadores sobre o inverno no Nordeste este ano. A reunião será realizada nos dias 19 e 20 deste mês, em Natal, e traçará previsões para os meses de março a maio, quando a estação chega ao fim.
"Logo após a reunião, no dia 20, será emitida projeção do regime de chuvas até o mês de maio. Até lá, seguiremos acompanhando os indicadores como a temperatura e umidade tanto no oceano Atlântico como no Pacífico, o que, caso aumente de temperatura, pode diminuir as chuvas no Nordeste", explica Gilmar Bistrot.
No mês passado, os meteorologistas e a Emparn emitiram nota afirmando a probabilidade de que as chuvas na região ficariam abaixo da média era de 45% entre os meses de fevereiro e abril. A análise climática apontou ainda previsão de 35% de chuvas dentro do normal e apenas 20% acima da média.
Diferentes setores aguardam a publicação dos boletins e projeções do regime de chuvas no Nordeste, como agricultores e pecuaristas, além de empresas em ramos como o salineiro e de criação de camarões. Caso as chuvas fiquem dentro ou acima da média neste inverno, será o fim de três anos de seca na região. Contudo, se as previsões do mês passado se confirmarem, o abastecimento de água e economia nordestinas podem ser prejudicados.
Moradores do Sumaré são afetados por falta de estrutura para a canalização das chuvas
Mesmo com as leves pancadas de chuva que atingiram a cidade nos últimos dias, moradores do bairro Sumaré já têm enfrentado problemas e prejuízos como a perda de móveis devido à invasão de água nas casas. Eles afirmam que o problema persiste há anos e que a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) não tem oferecido assistência aos afetados pelas enxurradas.
"Sempre que chove há esse problema. Já fomos à Prefeitura reclamar, mas não foi feito nada. Algumas pessoas perderam móveis. Falta planejamento e estrutura para captar a água da chuva", disse o morador Antônio César.
A PMM divulgou que, na manhã de ontem, uma equipe da Defesa Civil de Mossoró junto com o secretário de Serviços Urbanos, Carlos Clay, visitou o bairro Sumaré e encontrou problemas na estrutura de captação da água.
"Estamos em um canal onde o curso da água vem sendo obstruído, a partir da construção de barramentos, colocação de metralhas. A secretaria retira constantemente esse material. No entanto, a população insiste nessa prática. É preciso que cada um se conscientize", afirma o secretário.
Fonte: O Mossoroense
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