Roger Federer chegou ao Aberto da Austrália embalado pelo título do ATP 250 de Brisbane e por ter alcançado a vitória de número
1.000 na carreira logo no início deste ano. Era um cenário perfeito para alcançar o 18º título de Grand Slam na carreira. Mas a derrota para o italiano Andreas Seppi (43º do mundo), na terceira rodada, por 3 sets a 1 (6-4, 7-6 (7-5), 4-6 e 7-6 (7-5) adiou mais uma vez esta possibilidade. A pergunta que fica a partir de agora é: será Federer capaz de ganhar novamente uma taça de Major?
A queda precoce em Melbourne, deixando-o fora das oitavas de final pela primeira vez em 14 anos, já faz o vice-líder do ranking mundial amargar uma marca indesejável. Aos 33 anos de idade, vive agora o maior jejum de títulos em Grand Slams de sua carreira. São dez torneios seguidos deste nível sem levantar uma taça. Um número que assusta tendo em conta que entre 2003 e 2008, venceu 12 dos 18 Majors que disputou.
A última vez que Federer sentiu o gostinho de erguer o caneco em uma competição deste porte foi em julho de 2012, em Wimbledon. Desde que faturou a taça de um Major pela primeira vez, em Wimbledon-2003, a maior seca enfrentada havia sido de nove Slams, entre janeiro de 2010 e julho de 2012.
"Quanto mais tempo passa, mais difícil vai ficando para o Federer ganhar de novo um Grand Slam. Vai precisar que uma série de fatores se encaixem e a sorte também contribua, como pegar uma chave mais fraca e que jogadores como Nadal e Djokovic fiquem pelo caminho", afirma o ex-tenista brasileiro Marcos Daniel, que enfrentou Federer uma vez ao longo da carreira.
Especialistas ouvidos pelo UOL Esporte são unânimes em afirmar que a maior chance do suíço de voltar a triunfar em um Slam é em Wimbledon, onde já conquistou sete taças. E foi exatamente na grama londrina que Federer obteve seu melhor resultado nestes quase três anos de jejum. No ano passado, alcançou a final, mas acabou derrotado por Novak Djokovic por 3 a 2.
"Sua melhor chance, como sempre, é em Wimbledon, onde o jogo na grama favorece seu estilo e minimiza o fator físico. Lá, Federer ainda consegue impôr seu jogo com mais frequência do que nas quadras duras. Ainda assim, é preciso calcular que a nova geração, com Nishikori, Raonic e Dimitrov, está em ascensão. Os três serão adversários cada vez mais perigosos e se juntarão a um grupo que já dá trabalho para Federer até na grama, como Berdych e Tsonga, sem falar no lesionado Del Potro", opina Alexandre Cossenza, blogueiro do UOL Esporte.
A idade já avançada de Federer não é apontada como o principal obstáculo em sua busca por mais um Major, mas o histórico mostra que quanto mais velho um jogador fica, mais dificuldade tem para triunfar nos grandes torneios.
Na Era Aberta, iniciada em 1968, apenas dois jogadores com mais de 33 anos venceram um Major. O espanhol Andrés Gimeno conquistou Roland Garros em 1972 aos 34 anos e 10 meses, e o australiano Ken Rosenwall obteve este feito em quatro oportunidades: Roland Garros-1968 (33 anos e sete meses), Aberto dos Estados Unidos-1970 (35 anos e dez meses), Aberto da Austrália -1971 (36 anos e dois meses) e Aberto da Austrália-1972 (37 anos e dois meses).
"A idade não é algo que pesa, mesmo porque ele tem um preparo físico ideal, e desde que passou a ter o Stefan Edberg como treinador adotou uma estratégia para diminuir o desgaste", apontou José Nilton Dalcim, editor chefe do site Tênis Brasil.
"O Federer vem mostrando dificuldades para conseguir jogar várias partidas seguidas em melhor de cinco. Está oscilando demais", afirmou o ex-jogador e comentarista da ESPN Fernando Meligeni.
Fonte: Uol
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