No início da cerimônia de posse de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, chamou a
atenção na plateia em meio a outros chefes de estado cantando a plenos pulmões o Hino Nacional Brasileiro. A mandatária chilena demonstrou conhecer bem a letra, o que não é fácil para muitos brasileiros.
— Aprendi português no Instituto de Cultura, em Santiago, quando era adolescente. Eu tinha 15 anos. Sei cantar todo o Hino Brasileiro e sei muitas músicas brasileiras também — disse Bachelet ao GLOBO, no plenário da Câmara, ao final do discurso de posse de Dilma.
Essa, no entanto, não foi a primeira vez que Bachelet surpreendeu ao cantar o hino do Brasil no Congresso Nacional. Em 2006, em visita oficial ao país no início do seu primeiro mandato como presidente do Chile, Bachelet conquistou parlamentares brasileiros ao cantar o hino em português durante uma sessão solene realizada no Senado em sua homenagem.
Numa entrevista naquele mesmo ano, ela revelou que decidiu estudar português na adolescência porque se encantou com a música brasileira. Fã de Roberto Carlos, Chico Buarque e João Gilberto, a chilena contou que, num encontro com Lula, o ex-presidente ficara impressionado quando ela provou a ele que sabia cantar o Hino Nacional Brasileiro.
Em junho de 2014, quando veio ao Brasil para prestigiar um dos jogos do Chile na Copa do Mundo, Bachelet participou de uma cerimônia ao lado de Dilma na rampa do Palácio do Planalto. Os hinos dos dois países foram executados e a presidente chilena deu mais uma demonstração do seu conhecimento dos versos em português.
Cantar hinos de outros países parece ser uma habilidade da presidente do Chile. Ou uma estratégia para angariar simpatia. Também em 2006, ela compareceu à posse de Alan García como presidente do Peru pela segunda vez e, no dia seguinte, cantou o hino do país ao lado dele durante um desfile militar.
A performance dela atraiu as câmeras de TV e o destaque da imprensa peruana, interpretada como um gesto para melhorar a relação diplomática entre os dois países, marcada por disputas de fronteira. Apesar do dever de casa de Bachelet, a relação entre os dois presidentes nos anos seguintes não foi das melhores. Os dois trocaram críticas publicamente várias vezes.
Fonte: O Globo
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