Em um recado ao governo e à oposição no Congresso, o comando do PMDB se reúne nesta quarta-feira (14) para declarar apoio aos candidatos do partido às presidências da Câmara e do
Senado.
A ideia do ato é reforçar os nomes do senador Renan Calheiros (AL), candidato à reeleição, e do deputado Eduardo Cunha (RJ) na disputa.
Os dois são apontados como favoritos para a cúpula do Congresso, mas tiveram suas candidaturas desgastadas depois de citados na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
Os dois negam envolvimento com o caso. Cunha vê motivações políticas para o vazamento contra ele.
O objetivo é mostrar unidade e mandar um recado de que qualquer ataque aos dois candidatos será interpretado como direcionado à sigla.
"Essa reunião é para dar demonstração política de força, mostrar que é uma decisão política do PMDB como um todo e que o partido está unido", disse o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).
O gesto do comando da legenda ocorre em meio a tensão com o Planalto e a oposição no Senado.
Insatisfeito com a nova configuração da Esplanada dos Ministérios, o PMDB reclama ainda de que pode não ter a chamada "porteira fechada" dos ministérios, ficando sem indicações de segundo escalão e correndo o risco de perder espaço de afilhados em postos como o Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas).
Os peemedebistas ficaram ainda mais incomodados com as articulações de ministros palacianos a favor da candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) contra Cunha.
No Senado, os peemedebistas viram os oposicionistas, sob a articulação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), começarem a discutir uma candidatura alternativa a de Renan. Entre os cotados estão o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).
A reação do PMDB foi costurada, nesta terça, durante reunião do vice-presidente, Michel Temer, com Renan e Cunha.
Os peemedebistas estão preocupados, mas tentam mostrar força diante dos movimentos da equipe da presidente Dilma Rousseff que tem inflado a criação de novos partidos e a formação de um blocão de partido governistas com o intuito de a dependência ao PMDB no Congresso.
Fonte: Folha de São Paulo
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