O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), através da 9ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal (PIP), da 3ª Central de Inquéritos, vai oferecer
denúncia de homicídio doloso nesta terça-feira (13) contra o policial militar Márcio José Watterlor, pela morte de Haíssa Vargas Motta. A jovem foi assassinada em agosto do ano passado, em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
De acordo com o comando da Polícia Militar, o inquérito sobre o crime deve ser concluído esta semana e que os policias devem ser expulsos da corporação. "Só o afastamento deles das ruas e serem responsabilizados no Inquérito Policial Militar, que pode, incluisve, cumlinar na submissão deles a conselho de disciplina e como consequência disso na exclusão, certamente evidencia o erro que foi cometido", afirmou o coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM.
O pai de Haissa Motta chorou durante entrevista para o RJTV desta segunda-feira (12) ao comentar o vídeo da câmera do carro dos agentes, obtido pela revista "Veja", que mostra o momento do crime. Ironildo Motta contou que reviveu todo o drama que a família passou após a morte de Haíssa, e pediu punição para os Policiais Militares.
"Eu me vejo conversando com minha filha no telefone. Eu me vejo falando com ela 21h, 22h de uma sexta-feira... "E no sábado encontro o recado que ela está morta", lamentou. Haíssa e quatro amigas sempre saiam e retornavam juntas de um bar onde costumavam se reunir às sextas-feiras depois do trabalho para dançar. Ela chegou a conversar com Ironildo, por telefone, durante a noite, e disse que estava tudo bem, antes do retorno pra casa, interrompido por um erro da policia. "Foi uma abordagem errada. Primeiro eles atiram e matam, para depois perguntar. Tem que ter punição. Do jeito que está não pode ficar", disse Ironildo.
Em entrevista ao G1, a irmã de Haíssa, Andressa, já tinha comentado as imagens. “Estamos à mercê de bandidos e de policiais despreparados. Ela morreu desnecessariamente e podiam ter sido todos que estavam no carro. Ele não mirou no chão. Não tem volta, nada do que eu diga vai trazer a minha irmã de volta, mas quero, pelo menos, ter a sensação de que a justiça foi feita”, afirmou Andressa na manhã desta segunda-feira.
Haíssa foi morta durante uma abordagem policial em Nilópolis, na Baixada Fluminense, há cinco meses, mas só agora o vídeo se tornou público.
Na gravação, dois policiais em uma viatura mandaram um carro onde estavam um rapaz e três amigas parar. Como o carro não parou, PM Márcio José Watterlor posicionou o fuzil para fora do carro e efetuou cerca de 10 tiros na direção do veículo, atingindo a jovem nas costas.
Segundo a família da jovem assassinada, apenas agora, após a divulgação das imagens, alguma coisa será feita para punir os policiais. “No próprio vídeo ele confessa e assume toda a responsabilidade. Espero que agora a justiça seja feita de verdade”, diz a irmã.
Fonte: G1
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