É com emoção que o jovem catarinense Murilo Medeiros, de 22 anos, mostra o motivo de sua alegria neste início de ano: uma carta escrita pelo Papa Francisco e
que ele recebeu com surpresa. A correspondência foi uma resposta a um bilhete escrito por ele ao pontífice durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013.
Apesar de ter recebido a resposta no dia 26 de dezembro, a carta foi escrita pelo Papa meses antes e encaminhada para Laguna, no Sul de Santa Catarina, já que a cidade de Murilo, Pescaria Brava, recém criada, ainda não possui agência dos Correios. "Essa carta chegou em 14 de março e, por algum motivo, não fomos buscar nada nos Correios e não encaminharam para Pescaria Brava. Então a carta retornou ao Vaticano", conta. Desta vez, para garantir que a correspondência chegasse até o catarinense, o Papa Francisco reenviou a resposta por representantes da Igreja.
Murilo é jornalista e, em 2013, quando ainda estava na faculdade, se aproximou da Igreja através do seu trabalho de monografia. Ele fez uma análise de discurso sobre a renúncia do Papa Bento XVI. Em seguida, manteve a aproximação com o catolicismo ao ser selecionado como voluntário da JMJ, no Rio de Janeiro.
Com um grupo de jornalistas e comunicadores de todo o país, ele ficou encarregado de preparar os locais de transmissão do encontro do Papa com a sociedade civil, no dia 27 de julho daquele ano. Foi neste momento que ele teve a ideia de se comunicar com o pontífice e escrever a carta.
Troca de correspondências
Depois da decisão, o jovem voltou para o alojamento em que estava e colocou a ideia em prática. "Primeiro escrevi em uma folha de rascunho para não errar e depois passei para as folhas que foram entregues a Francisco. Foram quatro folhas de uma carta escrita em português e que contava um pouco de minha história, família. De modo especial, pedia muita benção e disse da felicidade de tê-lo em nosso meio e de quão feliz estava ao coordenar o setor juventude da Diocese de Tubarão", explica.
No dia do encontro, o catarinense estava a trabalho e pediu ajuda a um índio que havia sido selecionado para falar com o Papa. Ele pediu que o homem entregasse a carta junto aos seus documentos. O material foi entregue a um assessor do Papa. "Desde então, esperava ansioso pela resposta, mas ela não veio logo em seguida da JMJ. Com isso, as esperanças 'iam se indo', até que chegou em 26 de dezembro [de 2014], um ano e meio depois, da entrega da carta", relembra.
O aviso de que uma importante correspondência o aguardava na Cúria Diocesana de Tubarão chegou ao morador do pequeno municipio de cerca de 10 mil habitantes por meio de uma ligação. "Foi o que fiz, nem imaginava o que era e, para minha surpresa, ao abri-la, recebi a carta de respostas do Papa Francisco. Um grande presente de Natal que vou guardar para a vida toda. Senti uma grande emoção, sinto até agora. De poder contar aos outros essa felicidade", conta.
A carta veio com a assinatura de um assessor do Vaticano e com palavras do próprio Papa Francisco acompanhada de dois cartões, um deles assinados pelo representante da Igreja Católica. No texto, o pontífice descreve a importância de ser uma pessoa feliz e a felicidade que sente em estar com o povo brasileiro. Também concede a benção apostólica ao catarinense, a sua família e a Diocese de Tubarão.
Para Murilo, a atenção de Francisco demonstra um gesto de humildade. "Poder compartilhar isso com as pessoas é muito bom. Um testemunho de humildade de Francisco nos motiva e anima e é isso que tento passar: humildade com o gesto recebido. A resposta da carta só nos faz acreditar que é possível uma igreja mais aberta ao seu povo" conclui.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!