O inquérito sobre o acidente da Air Asia, que caiu na Indonésia no final de 2014 com 162 pessoas a bordo, concentra-se na possibilidade de erro humano ou danos no aparelho,
após descartarem a tese de terrorismo, informou uma autoridade nesta terça-feira (20).
O Airbus A320-200 decolou em 28 de dezembro da cidade indonésia de Surabaya para Cingapura, e cruzou uma área com muitas nuvens antes de desaparecer dos radares. A aeronave caiu logo após no Mar de Java, e não houve sobreviventes.
Equipes de mergulhadores recuperaram, desde então, 53 corpos e as duas caixas-pretas do avião, que registram respectivamente as conversas entre os pilotos e o controle de tráfego aéreo e demais parâmetros do voo (velocidade, altitude, velocidade do motor, etc.).
Investigadores do Comitê Nacional de Segurança do Transporte ouviram o gravador de voz, mas se recusaram a dar detalhes sobre seu conteúdo, dizendo apenas que não havia nenhuma indicação de um possível ato terrorista.
"Nós não ouvimos qualquer outra pessoa (além dos pilotos), nenhuma explosão", indicou o investigador s Nurcahyo Utomo à jornalistas que evocaram um possível ato terrorista.
Os investigadores se concentra agora "na possibilidade de danos à aeronave e fatores humanos", acrescentou.
Outro investigador, Ertata Lananggalih, observou que nenhum detalhe sobre o conteúdo dos registradores de voo seriam divulgados antes da publicação de um relatório preliminar sobre as causas do acidente, esperado para a próxima semana.
A Agência Nacional de Meteorologia indicou em um relatório, divulgado no início deste mês, que o tempo poderia ter sido o gatilho do acidente.
Entre as 162 pessoas a bordo estavam 155 indonésios, o co-piloto francês Rémi Plesel, um britânico, três sul-coreanos, um malaio e um cingapuriano.
Mudanças
O ministro dos Transportes da Indonésia, Ignasius Jonan, propôs uma série de mudanças para melhorar os padrões de segurança da aviação, durante audiência parlamentar nesta terça.
Jonan disse que uma série de novas regras sobre licenças e segurança, incluindo controles de saúde para as tripulações de voo e controladores de tráfego aéreo, já foram implementadas desde o acidente.
"É um hábito entre as companhias aéreas, às vezes, vender bilhetes antes de terem obtido uma autorização de rota", disse Jonan. "Agora, as autorizações de rotas devem ser obtidas quatro meses antes do voo e as companhias aéreas não serão autorizadas a vender passagens antes disso."
O Ministério dos Transportes suspendeu a licença da AirAsia para voar no trecho Surabaya-Cingapura aos domingos, para o qual a empresa não tinha permissão. No entanto, o ministério disse que isso não teve nenhuma influência sobre o acidente.
Jonan acrescentou que pedidos de autorizações de rotas e licenças de transporte aéreo seria feitos online a partir do mês que vem. O ministério também recomendou que os salários do pessoal de operações, como os de manutenção e inspeção de segurança, sejam aumentados, disse ele.
Fonte: G1
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