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sábado, janeiro 31, 2015

Hospital top investe em reúso da água; públicos dependem de caminhão-pipa

Alyson Carvalho, engenheiro eletricista, na estação de tratamento de água do Sírio-Libanês; hospital também investiu em substituição de torneirasCom a crise hídrica, hospitais de ponta de São Paulo estão abrindo ou reativando poços artesianos, terceirizando serviços de lavanderia e investindo em sistemas de reúso
e de economia de água.
Já na maioria dos hospitais e postos públicos a principal carta na manga são os caminhões-pipa prometidos pela Sabesp caso a água falte.

O Hospital Sírio-Libanês substituiu torneiras, chuveiros e descargas dos vasos sanitários. O consumo de água dos chuveiros, por exemplo, passou de 30 para 9 litros por minuto. Nas torneiras, de 12 para 6 litros por minuto.

A água do banho e das torneiras, que antes ia para o esgoto, agora é reutilizada. Passa por nova estação de tratamento (investimento de R$ 1,1 milhão) e é usada para abastecer o sistema de ar-condicionado do hospital. A água dos vasos sanitários também é de reúso.

O Sírio criou ainda uma "brigada" antidesperdício com 150 funcionários de todos os departamentos. "São os caçadores de desperdício. Quando veem uma torneira pingando, uma descarga disparada, avisam logo a manutenção", diz Antônio Carlos Cascão, superintendente de engenharia do Sírio-Libanês.

Além de investir em tecnologias de economia semelhantes aos do concorrente, o Hospital Albert Einstein comprou quatro novos tanques para aumentar o armazenamento de água.

Também finaliza a concorrência para a abertura de mais poços artesianos, além de reativar três antigos, segundo Claudio Lottenberg, presidente do hospital. Deve implantar ainda uma estação de tratamento de água. Quase 10% da água utilizada no hospital já é de reúso.

O Hospital Samaritano aliou tecnologia à criatividade. Dentro das caixas acopladas aos vasos sanitários, foram colocadas garrafas PET, que resultam numa economia de 1,5 litros de água por descarga, segundo Marcos de Barros, coordenador de engenharia hospitalar.

As bombas de vácuo das esterilizadoras foram substituídas por modelo isento de água. O hospital estuda ainda sistemas de reúso para os vasos sanitários e a abertura de um poço artesiano.

HOSPITAIS PÚBLICOS

A Secretaria Municipal da Saúde informou que a Sabesp garantiu que não haverá desabastecimento nos hospitais. Segundo ela, caminhões-pipa garantirão o estoque.

Já a Secretaria de Estado da Saúde informa que criou um comitê para analisar e monitorar o uso da água em suas unidades. Cada hospital ficará responsável pelo seu plano de contingência. Entre as medidas sugeridas estão instalação de borrachas nas torneiras para reduzir a vazão da água e de temporizadores em chuveiros.

Na tarde de quinta (29), havia apenas um "fio" de água no ambulatório de especialidades da rua Bonifácio Cubas, na Freguesia do Ó, bairro da zona norte em que a redução de pressão na rede da Sabesp ocorre das 13h às 6h.

Às 14h, o posto estava cheio de pacientes e o bebedouro estava sem água.

Fonte: Folha de São Paulo

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