O volume de gastos secretos com cartões corporativos do governo federal executados pela Secretaria de Administração da Presidência da República aumentou 55,3%
durante o ano de 2014 e chegou ao seu maior patamar desde a sua regulamentação, em 2001, ainda na era Fernando Henrique Cardoso (FHC).
Somente no ano passado, foram gastos pela Secretaria de Administração da Presidência da República R$ 8,7 milhões. Esses dispêndios são mantidos sob sigilo “nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado”. Normalmente, eles tratam das transações diretas executadas pela equipe da presidente da República Dilma Rousseff (PT) e vão desde hospedagens a gastos com alimentação, entre outros.
Em 2013, a Secretaria de Administração da Presidência gastou R$ 5,6 milhões, até então o maior patamar desde o início do governo Dilma. Durante os quatro anos de gestão da atual presidente, os gastos secretos da Secretaria de Administração da Presidência da República chegaram a R$ 23,4 milhões.
Até este ano, o recorde anual de gastos com cartões corporativos da Presidência havia ocorrido em 2009, o penúltimo ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, as despesas chegaram a R$ 6,7 milhões. Durante os quatro anos do último mandato do presidente Lula, a Secretaria de Administração da Presidência arcou com R$ 21,4 milhões por meio dos cartões corporativos. No primeiro mandato de Lula (2003-2006), os dispêndios com cartões corporativos da Presidência da República chegaram a R$ 22 milhões.
Somente os gastos secretos da Presidência da República equivalem a 13,3% de tudo aquilo que o governo federal arcou com despesas dos cartões corporativos. No ano passado, a fatura anual dos cartões corporativos chegou à casa dos R$ 65,2 milhões.
Gabinete institucional
Os gastos diretos do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República também tiveram um crescimento exponencial durante o ano de 2014. O gabinete de segurança da presidente gastou R$ 859 mil no ano passado, frente a R$ 490 mil no ano anterior. Uma elevação de gastos da ordem de 75,3% entre os dois anos.
Em 2012, o gabinete de segurança da presidente havia gasto R$ 413 mil. O detalhamento destas despesas também é confidencial “para garantia da segurança da sociedade e do Estado”.
O ano passado também foi recorde nos gastos gerais do cartão corporativo do governo federal. Foram R$ 65,2 milhões gastos com esse tipo de pagamento. O maior volume de gastos durante a era Dilma Rousseff. Até hoje, o recorde em gastos com cartões corporativos ocorreu em 2010, no último ano de governo do ex-presidente Lula. Na época, a fatura anual de todo o Governo Federal com cartões corporativos bateu a casa dos R$ 80 milhões.
A reportagem procurou o Palácio do Planalto para explicar o crescimento de gastos com cartões corporativos, mas até o fechamento desta matéria não havia obtido retorno.
Gastos secretos da Secretaria de Administração da Presidência da República
Ano total
2014 R$ 8.762.783,22
2013 R$ 5.607.113,97
2012 R$ 4.096.503,29
2011 R$ 5.187.084,32
2010 R$ 6.150.534,81
2009 R$ 6.785.519,87
2008 R$ 4.882.718,35
2007 R$ 3.845.356,36
2006 R$ 4.871.318,49
2005 R$ 5.207.225,47
2004 R$ 6.462.148,47
2003 R$ 5.606.183,22
2002 R$ 1.045.110,75
Gastos diretos gabinete institucional da Presidência da República
Ano total
2014 R$ 859.023,99
2013 R$ 490.652,34
2012 R$ 413.896,88
Gastos com cartões corporativos do governo federal
Ano total
2014 R$ 65.274.622,26
2013 R$ 61.792.021,67
2012 R$ 59.645.468,15
2011 R$ 58.743.558,95
2010 R$ 80.079.782,60
2009 R$ 64.547.860,27
2008 R$ 55.257.326,02
2007 R$ 76.254.491,76
2006 R$ 33.362.544,98
2005 R$ 21.706.269,63
2004 R$ 14.151.233,77
2003 R$ 9.262.660,44
2002 R$ 3.004.180,40
Fonte: IG
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