O juiz Marco Bruno, que nos próximos dias assumirá a presidência da Justiça Federal do Rio Grande do Norte diz ter recebido a nova missão com
“naturalidade” após ter participado de um processo de escolha resultado de uma lista tríplice. “Nesse processo não existe articulação política. Foi elaborada uma lista e eu fui indicado”, disse ele ao conceder uma entrevista exclusiva a ´O JORNAL DE HOJE nesta última sexta-feira. Marco Bruno informa que um dos projetos que será implementado quando assumir o cargo será a construção de um Fórum Social para abrigar os Juizados Sociais e as turmas recursais. “Está sendo aprovada no Congresso Nacional uma verba com essa finalidade”, disse o juiz, anunciando também a construção dos Fóruns de Assu e Pau dos Ferros. Na entrevista, Marco Bruno, que já pertenceu ao colegiado do TRE – Tribunal Regional Eleitoral e é também professor da UFRN e diretor da Escola da Magistratura no Rio Grande do Norte, respondeu a um questionamento sobre venda e compra de voto. “Isso passa por um déficit constitucional que não conseguiu extirpar práticas patrimonialistas. Existe uma prática arraigada difícil de quebrar. O Brasil tem uma cultura da ideologia do favor e a má execução dos serviços também concorre para isso”, disse Marco Bruno. Segue a entrevista:
JORNAL DE HOJE – Como o senhor recebeu esse novo desafio?
MARCO BRUNO – Com naturalidade. Essa é uma função cofiada a juízes e eu fui indicado depois de participar de uma lista tríplice.
JH – E o processo de escolha?
MB – Nesse processo não existe articulação política. Foi elaborada uma lista e eu fui votado. Não existiu nenhuma movimentação político/institucional.
JH – O senhor já tem algum projeto ou propostas a serem apresentados?
MB – Está sendo aprovada no Congresso Nacional uma verba para construção de um Fórum Social adaptado com estrutura para abrigar os Juizados Especiais e as turmas recursais. A gente um início de dotação para construção dos Fóruns de Assu e Pau dos Ferros. Pretendemos melhorar nossa estrutura administrativa e trabalhar para consolidação do processo eletrônico.
JH – Qual a missão da Justiça Federal no combate à corrupção e a improbidade?
MB – Temos competência para julgamento desses crimes quando há bens e recursos federais envolvidos. Para cá vem grande parte das ações com relação a esses problemas. Temos o reconhecimento da comunidade jurídica e da sociedade. Existem processo julgados em até 6 meses, principalmente quando os processos são julgados aqui.
JH – Alguns gestores públicos reclamam excesso de burocracia para justificar erros. Isso procede?
MB – Existe excesso de burocracia sim. De fato, quando não se verifica má-fé alguns erros são minimizados em ações de improbidade.
JH – Como foi sua experiência na Justiça Eleitoral?
MB – Considero gratificante. Ela zela pelo primeiro rudimento da democracia que é o voto. Percebo a importância da função exercida.
JH – Por que continuam vendendo e comprando voto?
MB – Isso passa por um déficit constitucional que não conseguiu extirpar práticas patrimonialistas. Existe uma prática arraigada difícil de quebrar e o Brasil tem uma cultura da ideologia do favor. A má execução dos serviços públicos também concorre para isso.
JH – Quem comete o pior crime, quem vende ou quem compra voto?
MB – Ambos cometem o mesmo crime. Existe uma relação bilateral. É tão grave vender quanto comprar. Mas o ilícito eleitoral são está previsto para quem compra.
JH – O senhor considera seguras as urnas eletrônicas?
MB – Considero sim. Pelo nos é repassado formalmente confio no sistema.
Fonte: Portal JH
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